Santiago sofre com efeitos da estiagem

Santiago sofre com efeitos da estiagem

Dois caminhões-pipa levam água potável para ao menos 160 famílias da área rural

Fred Marcovici

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O município de Santiago, no Centro-Oeste do Rio Grande do Sul, padece com a crise hídrica instalada na região desde o ano passado. De acordo com o secretário de Agricultura, Ademar Canterle, o decreto de situação de emergência foi editado no início do mês. A pasta vem mantendo dois caminhões-pipa, desde de novembro de 2022, para levar água potável para ao menos 160 famílias da área rural, principalmente, Rincão dos Viana, Rincão de São Pedro e localidade de Varejão, entre outros pontos que também não contam com poços artesianos ou comunidades em áreas isoladas.

Em média, são transportados 30 mil litros de água, diariamente, das 7h às 19h. Também está sendo desenvolvida a limpeza de açudes e bebedouros complementarmente secos devido à seca e estiagem. Há no município 3,6 mil propriedades rurais, sendo 1,6 mil com até 50 hectares.

Um dos focos de atenção são os produtores que abastecem as feiras de hortifrutigranjeiros que acontecem de segunda a sábado na cidade. Conforme levantamento elaborado pela Emater, dos 55 mil hectares previstos de soja, foram plantados 51,15 mil. A perda sofrida atingiu 55% da produtividade estimada inicialmente em 3,1 toneladas por hectare, representando R$ 235.469.025.00.

Ainda segundo Dairton Lewandowski, engenheiro agrônomo responsável pelo órgão, o milho grão sofreu quebra de 75% ou um prejuízo de R$ 8.290.800,00. O milho silagem acumulou R$ 325 mil de perda. O fumo teve quebra de 20% da produtividade estimada em 2,1 toneladas por hectare – prejuízo de R$ 551.914,44.

Os produtores de pêssegos já amargaram uma receita perdida de R$ 144 mil. Houve também danos nos parreirais e na plantação de citrus. Nas olerícolas outros R$ 200 mil de perda, quando 20% do cultivado deixaram de ser colhidos.

Lewandowski salientou que o gado de corte, com 25% de redução no peso médio de 350 quilos, anotou o prejuízo de R$ 133.146.868,75. Nos bovinos de leite, 192 mil litros não foram produzidos, somando uma defasagem de R$ 437.760,00. A piscicultura teve um recuo de R$ 81 mil na receita. Uma perda global, em todos os segmentos, de R$ 378.817.368,19. 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895