Secretário admite frustração, mas destaca importância de realocar mil famílias na nova ponte do Guaíba

Secretário admite frustração, mas destaca importância de realocar mil famílias na nova ponte do Guaíba

Reunião entre Prefeitura, Dnit e governo federal debateu alternativas para remoção de aproximadamente mil famílias das vilas Areia e Tio Zeca

Cristiano Abreu

Secretário admite frustração, mas destaca importância de realocar mil famílias na nova ponte do Guaíba

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Representantes do Ministério Público, da Defensoria Pública e do governo federal estiveram reunidos na terça-feira na Prefeitura de Porto Alegre tratando da conclusão da segunda ponte do Guaíba. Quatro alças da travessia ainda estão incompletas, e é necessário definir a remoção de aproximadamente mil famílias das vilas Areia e Tio Zeca, onde comunidades esperam há quase uma década a realocação para outra área da Capital.

"É compreensível que haja frustração em relação à possibilidade de realização do reassentamento através de uma concessão, mas é positivo que isso será discutido de forma mais detalhada pelo Governo Federal e pelo grupo de trabalho. Espero que esse processo resulte em soluções justas e adequadas para as famílias envolvidas”, afirmou o secretário municipal de Habitação e Regularização Fundiária, André Machado.

O prefeito Sebastião Melo afirmou que o município está disposto a participar do cadastramento das famílias que vivem na região. Presente no encontro o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Hiratan Pinheiro da Silva, destacou que o tema fará parte de um programa de concessão de 667 quilômetros das BRs 116, 158, 290 e 392, em trechos que vão de Porto Alegre a Camaquã, com previsão de lançamento no segundo semestre deste ano, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Um grupo de trabalho será formado, com a mediação do Ministério Público, para promover estudos técnicos e sociais sobre os impactos da obra e a transferência das famílias. A Defensoria Pública da União (DPU) também acompanhará o caso. Uma ação civil pública já tramita na Justiça Federal, movida conjuntamente com o Ministério Público Federal (MPF), sobre a garantia do direito à moradia das pessoas atingidas pelas obras da travessia do Guaíba.

A ponte foi inaugurada parcialmente no final de 2020, com três alças de acesso. Desde então, as quatro alças restantes estão pendentes de conclusão, o que impede, por exemplo, o deslocamento de veículo do Centro de Porto Alegre em direção a Eldorado do Sul. O impasse envolvendo as famílias da região persiste há nove anos, desde o começo do projeto.



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