Seguem obras para construção da barragem de Arvorezinha

Com o objetivo de resolver o problema no abastecimento de água, que ocorre principalmente no período de verão, em Bagé, seguem as obras para a construção da barragem de Arvorezinha. A população da cidade já passou por nove períodos de racionamento, desde o ano de 2005 - este é o 10°. O maior durou 19 meses e o menor três meses, em 2022. Enquanto a média prevista para chuvas em janeiro é 177,7 milímetros, até domingo choveu em Bagé 32,9 milímetros. Conforme o Departamento Municipal de Água e Esgotos de Bagé (Daeb), a Sanga Rasa, principal barragem da cidade, está com o nível 4,15 metros abaixo do ideal. Já a Piray, com 2,85 metros abaixo do volume considerado normal para o período.

A obra da barragem de Arvorezinha está sendo realizada por militares do Exército e está 34% concluída. O empreendimento foi orçado em mais de R$ 107,4 milhões, sendo 91% custeados pelo Ministério de Desenvolvimento Regional e 9% pela prefeitura. A previsão é que a capacidade de abastecimento da cidade, que enfrenta há pouco mais de uma semana um racionamento preventivo, com corte do abastecimento diariamente das 23h às 5h, seja quadruplicada. A capacidade da barragem de Arvorezinha será de 18 bilhões de litros de água, com 18 bilhões de metros cúbicos nos 322 hectares da construção. O volume acrescido nas reservas hídricas da cidade promete ser de 7.010.574,21 metros cúbicos.

Atualmente, cerca de 60 militares trabalham na obra, juntamente com 20 profissionais contratados pelo prefeitura para a execução do plano básico ambiental, o gerenciamento e a fiscalização, além de seis técnicos (engenheiros, biólogo, arqueólogo e geólogo) da prefeitura e um técnico do Daeb, totalizando aproximadamente 87 profissionais no canteiro de obras. A etapa mais recente ocorreu na sexta-feira, quando houve o desmonte de rochas por meio de detonações, no Canal de Aproximação da Barragem de Arvorezinha. O engenheiro Endrigo Silveira, que faz parte do Comitê Gestor da Barragem, explica que a detonação de rochas possibilita avançar na escavação do canal de aproximação do reservatório.

“As máquinas que executam a remoção do material não conseguem avançar em decorrência da existência das rochas. Com a detonação foi possível atingir a profundidade final do canal”, explicou. Ao longo da obra outras detonações devem ser realizadas em datas a serem definidas. Após finalizada a etapa, o Exército avançará na escavação do canal de descarga e construção da ensecadeira. A execução do vertedouro e da ponte será realizada por uma empresa terceirizada, contratada pelo Exército. A previsão é que a licitação seja lançada em fevereiro e que a construção da barragem seja concluída em março de 2026.