Sem chuva, níveis de rios seguem batendo recordes negativos na Região Metropolitana de Porto Alegre

Sem chuva, níveis de rios seguem batendo recordes negativos na Região Metropolitana de Porto Alegre

Régua do rio Guaíba, na altura do Cais Mauá, marca nível abaixo de 1 metro nesta quinta-feira

Felipe Faleiro

Nível do Guaíba, em Porto Alegre, continua diminuindo a cada dia

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A quinta-feira amanheceu nublada, prenunciando um pouco de chuva que traria um pouco de alívio aos níveis dos rios da Região Metropolitana de Porto Alegre. Isto, porém, não aconteceu. A queda considerável e persistente dos cursos d'água por mais um dia assustou a população, e não dá sinais de que deverá cessar por enquanto. Os próximos dias, conforme os prognósticos, devem ser de intenso calor, potencializando a seca e preocupando a população.

No rio Gravataí, a régua da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) no Balneário Passo das Canoas, o nível de medição continuava pelo quinto dia seguido, marcando 1,13 metro na manhã de hoje. Enquanto isso, em Alvorada, a régua da Estação de Tratamento de Água (ETA) da Companhia Estadual de Saneamento (Corsan) apontava 1,27 metro, também caindo de maneira consistente.

Já na bacia do rio dos Sinos, a medição da Agência Nacional de Águas (ANA) no município de Campo Bom marcava na quinta 1,12 metro, estabelecendo novo recorde negativo de altura da lâmina d’água nos últimos seis meses. Já a régua no Centro de São Leopoldo apontava na quinta-feira 70 centímetros, e na foz do rio Paranhana, em Taquara, 39 centímetros, valor próximo dos piores índices do último meio ano. 

Em Novo Hamburgo, a medição da Companhia Municipal de Saneamento (Comusa) caiu para menos de 2 metros, marcando 1,99 metro no período da manhã. No Guaíba, por sua vez, a régua do Cais Mauá, no Centro Histórico de Porto Alegre, desceu à marca de 52 centímetros, seguindo a natural oscilação, mas em tendência de baixa. No terminal da CatSul, no município de Guaíba, foram registrados 48 centímetros, e no trapiche da Praia da Pedreira, dentro do Parque Estadual de Itapuã, em Viamão, 28 centímetros.

Foto: Guilherme Almeida

Deputado aponta "inércia" no enfrentamento à estiagem

A condução da estiagem pelo governo Eduardo Leite foi alvo de críticas na tribuna da Assembleia Legislativa nesta semana. Em pronunciamento, o deputado Adão Pretto Filho (PT) afirmou que tem acompanhado a situação, e disse que há “inércia do governo do Estado”. “A seca no nosso Estado vem de tempos em tempos. Ano passado tivemos uma estiagem muito rigorosa e o [governador] Eduardo Leite, que se reelegeu, fez inúmeras promessas aos agricultores e muito pouco se concretizou”, afirmou ele.

Pretto Filho ainda pediu uma “política efetiva” de combate às mazelas causadas pela seca. Conforme ele, em diversos municípios, já há falta de água para os animais e população em geral, acrescentando também que, além das cobranças ao Executivo estadual, também deverá proceder com a busca de auxílio junto ao governo federal. Enquanto isso, a comitiva do governo cumpriu agenda em Brasília a fim de buscar políticas públicas de redução dos danos ocasionados pelas condições climáticas desfavoráveis.


Correio do Povo
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