Seminário Cidade Bem Tratada vai debater cenários e soluções para o meio ambiente

Seminário Cidade Bem Tratada vai debater cenários e soluções para o meio ambiente

Encontro ocorrerá no no auditório do Ministério Público, na Capital, na segunda e terça-feira da semana que vem

Correio do Povo

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Mudanças climáticas, resíduos sólidos, saneamento, energias renováveis, cidades inteligentes e soluções baseadas na natureza. Estas são algumas temáticas a serem abordadas na 11ª edição do Cidade Bem Tratada, um seminário que acontece nos 8 e 9 de maio (segunda e terça-feira), em Porto Alegre, no auditório do Ministério Público. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através do site www.cidadebemtratada.com.br/pre-inscricao-gratuita/. O evento, realizado pela Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA), se propõe a apresentar diversos olhares sobre questões enfrentadas no cotidiano de quem vive em cidades e metrópoles, analisadas por painelistas de renome, referências em suas áreas de atuação.

O evento volta a ser presencial, o que é considerado fundamental para o debate. “São painéis, onde os diversos segmentos da sociedade estão representados - poder público, setor empresarial, ONGs, sociedades organizadas, Ministério Público e universidades, e é quando vamos refletir e nos informar melhor sobre três temas cruciais para as cidades e as mudanças climáticas, que exigem o engajamento de todos, em especial dos indivíduos, que também têm poder de decisão, inclusive como consumidores”, avalia um dos coordenadores do Seminário Cidade Bem Tratada, o ambientalista presidente da RMA, Beto Moesch, ao citar, entre as práticas, comprar com menos embalagens, não utilizar carro em distâncias curtas, separar e reutilizar resíduos. “Isso é um poder de decisão individual, que cada um tem que ter, já que o processo de consolidação do cuidado com o meio ambiente de uma forma geral passa por uma mudança cultural muito forte, muitas vezes até radical”, ressalta.

Moesch destaca as temáticas a serem discutidas nos painéis. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, tema do Painel 1, é considerada uma excelente legislação, “similar à Europa, onde dá certo, mas que no Brasil avança muito pouco, já que somente 3% dos resíduos urbanos são reciclados. Temos que avançar muito nesse tema”, orienta o coordenador, que também é consultor ambiental.

Sobre o Painel 2, Soluções baseadas na natureza, Moesch defende que “precisamos não só respeitar, mas aproveitar a natureza nos projetos de saneamento, de urbanização e de transporte. Temos que dialogar com a natureza, para não termos que presenciar essas tragédias que assolam as cidades, com erosões em morros, enchentes derrubando casas quando o rio invade, pois são locais inadequados para moradia e para o comércio, que são as chamadas Áreas de Preservação Permanente, ou APPs”.

O Painel 3 tratará da Mobilidade e Energia Descarbonizadas, com foco na descarbonização do transporte público em geral, não só através de motores elétricos, mas com biometano. “Temos um passivo enorme de dejetos da agropecuária. Esse passivo pode se tornar ativo, que é energia, e já temos experiências no Brasil e em outros países. E as energias devem ser estimuladas, como a solar, individualizada, em cada residência, em cada comércio, em cada indústria. Essa é a melhor maneira”, defende Moesch, ao destacar que a descarbonização do transporte público ajudará também muito no Sistema Único de Saúde (SUS), já que uma das principais causas das doenças respiratórias e cardiovasculares é oriunda da poluição veicular nas regiões metropolitanas do Brasil”, conclui.

Já, no Painel 4, o debate aborda a temática das Cidades EcoInteligentes: a tecnologia como aliada na busca de soluções ambientais para as cidades. Participam iniciativas inovadoras, entre elas o Blockchain como ferramenta de compensação ambiental e geração de sequestro de carbono. 


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