Seminário trata sobre câncer infantil

Seminário trata sobre câncer infantil

O evento que está sendo realizado no auditório Instituto de Ciências Básicas da Saúde da UFRGS reúne especialistas renomados com foco em tópicos como avanços na biologia molecular e tratamento cirúrgico de cânceres cerebrais em crianças

Paula Maia

O Dr. Michael Taylor, renomado diretor do Programa de Pesquisa em Neuro-Oncologia Pediátrica no Hospital Infantil do Texas, em Houston, nos EUA, apresentou as últimas descobertas no campo da biologia molecular relacionada ao câncer cerebral infantil

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Pesquisadores dedicados ao estudo do câncer infantil estão reunidos no 1º Simpósio Internacional de Neuro-Oncologia Pediátrica, que teve início nesta segunda-feira e se estenderá até amanhã, no auditório do Instituto de Ciências Básicas da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.

Este evento de destaque reúne especialistas renomados em todo o mundo, com foco em tópicos como avanços na biologia molecular e tratamento cirúrgico de cânceres cerebrais em crianças.

Na cerimônia de abertura do Simpósio, o Dr. Michael Taylor, renomado diretor do Programa de Pesquisa em Neuro-Oncologia Pediátrica no Hospital Infantil do Texas, em Houston, nos Estados Unidos, e líder mundial em pesquisas sobre câncer cerebral infantil, apresentou as últimas descobertas no campo da biologia molecular relacionada ao câncer cerebral infantil. Além disso, ele lançou uma ideia inovadora e promissora, sugerindo que, em um futuro próximo, poderíamos prevenir esses tumores por meio de exames de imagem do desenvolvimento cerebral ou pela detecção de marcadores biológicos no sangue.

O professor Rafael Roesler, titular do departamento de farmacologia da UFRGS, destacou a importância deste evento como a primeira atividade de divulgação científica do projeto chamado Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Biologia do Câncer e Oncologia Pediátrica. Este é uma ampla rede de pesquisa básica e clínica dedicada ao câncer infantil, com sede em Porto Alegre, envolvendo a UFRGS, o Instituto Câncer Infantil e o Hospital de Clínicas. Este projeto é apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

"Este simpósio concentra-se especificamente no câncer cerebral infantil e trouxemos pesquisadores dos Estados Unidos, Canadá e Brasil que são líderes reconhecidos internacionalmente nessa área", afirmou o especialista.

Ele considerou ainda que o principal objetivo desses estudos é desenvolver terapias avançadas e específicas que possam prever o desenvolvimento da doença. “Então, no meu grupo de pesquisa aqui em Porto Alegre, nós estamos, por exemplo, identificando novos genes que estão muito aumentados na doença em relação ao tecido cerebral normal, e esses genes, então, o aumento deles muitas vezes está relacionado com menor sobrevida dos pacientes, com menor expectativa de vida, e quando a gente inibe esses genes, a gente consegue matar células de câncer no laboratório e, além disso, então a gente consegue identificar esses genes como preditores do desfecho, se a doença é mais maligna ou menos maligna, e como alvos terapêuticos, que a gente chama, que são coisas que a gente pode atacar com fármacos para tentar fazer o tratamento. Então a gente faz pesquisa que a gente chama de pré-clínica, antes de chegar nos pacientes, que revela essas novas possíveis estratégias de tratamento e de diagnóstico”, explicou o pesquisador.


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