Senge-RS debate as mudanças climáticas em evento na Capital

Senge-RS debate as mudanças climáticas em evento na Capital

Seminário promovido pelo Sindicato dos Engenheiros do RS levou ao Teatro da Unisinos, no bairro Boa Vista, especialistas sobre o tema

Correio do Povo

Presidente da entidade, Cezar Henrique Ferreira, abriu o evento

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Atento aos desafios e aos impactos do clima no meio ambiente, na economia e na sociedade, o Sindicato dos Engenheiros do RS (Senge-RS) promoveu, na tarde desta terça-feira, o seminário “Mudanças Climáticas e suas Consequências”, no Teatro da Unisinos, em Porto Alegre. Dois painéis abordaram a realidade no continente da Antártica e o panorama dos desafios neste tema no Brasil. O evento foi a 20ª edição dos Painéis da Engenharia, em celebração ao aniversário da entidade.

Segundo o presidente do Senge, Cezar Henrique Ferreira, a pauta é a de maior preocupação em nível global e que também é prioritária para o sindicato. “É um tema que desafia a todos, que exige posicionamento e providências de todas organizações, governantes e engenheiros e engenheiros. E as graves mudanças climáticas afetam as populações menos favorecidas”, ressaltou, exemplificando com o recente ciclone extratropical que atingiu o Estado. Para Ferreira, é preciso agir com mais contundência e fazer valer o conhecimento e a ciência. “Além disso, é preciso destacar o papel dos órgãos fiscalizadores que, infelizmente, costumam sofrer com ataques de interferência política”, afirmou.

O primeiro painel, que teve moderação do professor da Unisinos, Gerson Fauth, teve como palestrantes o pioneiro da Glaciologia (estudo das geleiras) e explorador polar Jefferson Cardia Simões e a bióloga e geógrafa Joseline Manfroi, de forma remota. “Por vezes, nos esquecemos do básico: o sistema ambiental é único e indivisível. Não existe parte do planeta mais ou menos importante. As duas regiões polares, justamente por serem sensíveis, preservada e limpas, ao longo do tempo, podem servir de aviso adiantado do porvir quanto às mudanças climáticas”, alerta. Joseline acrescenta que as características destas regiões atraem a curiosidade de pesquisadores. “Para realizar trabalhos na Antártica, é preciso uma logística especializada”, explicou. Segundo ela, a península de estudos geológicos e paleontológicos é uma região importante para os especialistas. “É uma janela para o passado para compreendermos o presente”, salientou.

O coordenador Geral de Ciências da Terra do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Gilvan Sampaio, e o diretor de programas do Greenpeace Brasil, Leandro Ramos, foram os palestrantes do painel seguinte. Conforme Sampaio, “as recentes mudanças no clima são generalizadas, rápidas, estão se intensificando, e são sem precedentes em milhares de anos”. Ramos destacou três pontos em sua apresentação. “O problema vai além da temperatura, são as mesmas pessoas que estão ‘pagando o preço’ e a ação individual não é suficiente”, relatou.

O evento teve o patrocínio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do RS (Crea-RS) e Mutua-RS Caixa de assistência dos Profissionais do Crea, e a parceria da Escola Politécnica da Unisinos.


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