Sexta-feira é marcada por inúmeros protestos contra a falta de luz e água em Porto Alegre

Sexta-feira é marcada por inúmeros protestos contra a falta de luz e água em Porto Alegre

Moradores de diversos bairros criaram barricadas nas ruas e houve momento de tensão com a BM no bairro Santa Tereza

Vitória Fagundes

Moradores realizam protesto nas em ruas do bairro Santa Tereza

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No terceiro dia consecutivo sem luz e água, Porto Alegre enfrentou uma onda de protestos e manifestações em diferentes áreas da cidade, castigada pela persistente falta de abastecimento de água e a ausência de energia elétrica. Moradores, afetados pela crise que se estende, expressaram seu descontentamento nas ruas, destacando a urgência de soluções por parte das autoridades.

Durante a noite desta sexta-feira, moradores do bairro Santa Tereza, na zona Sul, realizaram manifestação na rua Silvério. A Brigada Militar esteve no local para garantir a segurança durante a manifestação; no entanto, a tensão aumentou quando alguns participantes do protesto decidiram atirar rojões contra os policiais.

O clima tenso perdurou até por volta das 23h45, quando a Polícia Militar interveio para dispersar os manifestantes e encerrar o protesto. O incidente evidencia a crescente frustração da comunidade com a falta de serviços essenciais e os desafios enfrentados pelas autoridades com a insatisfação generalizada dos moradores.

Na Correa Lima, moradores promoveram um novo protesto em resposta à contínua falta de luz. Os residentes optaram pela queima de móveis, madeiras, galhos e lixo, criando uma barricada que bloqueou completamente a rua. A manifestação resultou na obstrução total da via, impossibilitando a entrada e saída de carros e motocicletas.

| Foto: Bernardo Bercht / Especial CP

Outras manifestações

Na tarde desta sexta, moradores bloquearam a esquina da Avenida Azenha com a Professor Oscar Pereira, em Porto Alegre. Outro ponto de protesto foi na avenida Icaraí com a Dr. Campos Velhos. Os manifestantes, em sua maioria mulheres e crianças, colocaram fogos em galhos e chegaram a interromper completamente o fluxo de carros. Os ônibus também foram bloqueados. Motociclistas conseguiam contornar o protesto e escapar da manifestação.

Em seguida, moradores da Vila Ecológica, na zona Sul de Porto Alegre, bloquearam a avenida Padre Cacique, protestando contra a falta de luz e água que já persiste por três dias. Cerca de 50 manifestantes interromperam completamente o fluxo de carros, utilizando galhos incendiados.

O caos se estendeu até o viaduto Abdias do Nascimento, com bloqueios parciais no sentido ao estádio Beira-Rio. Ônibus foram impedidos de prosseguir, levando algumas pessoas a desembarcar e seguir a pé. A EPTC enviou agentes para desviar o trânsito pelo corredor de ônibus, buscando amenizar o impacto da manifestação na mobilidade urbana.

As avenidas Ramiro Barcellos, Saturino de Brito e Avenida Ipê, assim como a rua da Saibrera e a avenida Antonio de Carvalho, foram palco de manifestações na quinta-feira, quando moradores bloquearam as vias utilizando galhos de árvores, interrompendo o trânsito e impactando motoristas.


Correio do Povo
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