Sindicato confirma paralisação de 24 horas na Trensurb na próxima segunda-feira

Usuários devem se preparar para a greve dos metroviários, que será realizada a partir da próxima segunda-feira, por 24 horas. A paralisação foi confirmada nesta sexta-feira pelo presidente do Sindicato dos Metroviários do Rio Grande do Sul (Sindimetrô RS), Luiz Henrique Chagas, após a assembleia geral extraordinária realizada no final da manhã de hoje, na sede administrativa da Trensurb, no bairro Humaitá, em Porto Alegre. A empresa disse que não se manifestará sobre o assunto.

Também nesta sexta, mais cedo, servidores vinculados ao Sindimetrô RS entregaram panfletos aos usuários nas estações terminais Mercado, na Capital, e Novo Hamburgo. Entre as pautas de reivindicações dos trabalhadores, estão a contrariedade ao projeto de privatização do serviço, chamando de “tragédia anunciada”, e argumentando que pode haver “aumento da tarifa” e riscos de segurança a quem utiliza os trens para deslocamentos.

A Trensurb, que transporta por volta de 110 mil passageiros por dia, segundo o sindicato, também estaria descumprindo o acordo coletivo de trabalho (ACT) e não pagando o adicional de risco de vida aos trabalhadores da segurança do metrô. O Sindimetrô RS ainda comenta que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não retirou a empresa do Plano Nacional de Desestatização (PND), embora tenha prometido encerrar o processo de privatização de todas as empresas estatais.

Em Porto Alegre, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) admite que poderá haver maior circulação de automóveis na Capital, mas salientou que a Central de Controle e Monitoramento da Mobilidade vai monitorar a circulação e “atuar para garantir a segurança viária e minimizar os impactos no trânsito”. Não haverá reforço de equipes. A Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), por sua vez, que cuida do transporte coletivo intermunicipal na Região Metropolitana, disse que não foi avisada oficialmente da greve, tanto pelo sindicato, quanto pela Trensurb.

Já a Polícia Rodoviária Federal (PRF) afirmou que estará atenta ao fato nas BRs 116 e 448. “Se necessário, teremos equipes extras apoiando as equipes ordinárias”, afirmou o órgão federal. Entre os passageiros, o sentimento era de descrença em relação à paralisação dos trens. “Vai atrapalhar todo mundo. Não vejo porque precisaria ter”, comentou o aposentado Moisés de Souza, ao lado da esposa, Ilda Rosa de Souza, ambos moradores de Canoas. Eles estavam saindo da estação Mercado para realizar uma atividade em Porto Alegre.

Eles estavam saindo da estação Mercado para realizar uma atividade em Porto Alegre. O taxista Dioni Lopes Gonçalves estava na mesma estação, aguardando o embarque para retornar a Sapucaia do Sul, onde mora. Ele havia feito uma entrevista de emprego alguns momentos antes. “Não utilizo tanto o trem, então não vejo tanta diferença. Mas, com certeza, vai afetar a todos que trabalham e estudam em outras cidades e precisam deste transporte”, comentou ele.