Superlotados, hospitais de Porto Alegre adotam restrição nos atendimentos

Superlotados, hospitais de Porto Alegre adotam restrição nos atendimentos

Unidades de pronto-atendimento operavam com o triplo da capacidade

Felipe Samuel

Com 127 pacientes internados em observação, Hospital de Clínicas de Porto Alegre tinha 226,79% de lotação

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A superlotação dos serviços de urgência e emergência de Porto Alegre já se transformou em rotina em Porto Alegre. Por conta da demanda dos serviços da rede de saúde pública, as sete emergências de hospitais referências da Capital operavam acima da capacidade. Santa Casa de Misericórdia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Nossa Senhora da Conceição e Instituto de Cardiologia atendiam com restrição e recebiam apenas pacientes com risco de morte. 

As quatro unidades de pronto-atendimento — Bom Jesus, Cruzeiro do Sul, Lomba do Pinheiro e Moacyr Scliar — também refletiam o impacto da busca por atendimento e registravam o triplo da capacidade. De acordo com dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) a Santa Casa, tinha 69 pacientes em observação para 24 leitos disponíveis, o que representava ocupação de 287,5%. Com 127 pacientes internados em observação para 56 leitos disponíveis, o HCPA tinha 226,79% de lotação. A emergência SUS do Instituto de Cardiologia tinha 26 pacientes para um total de 21 leitos, o equivalente a 123,81% de ocupação.

A Santa Casa de Misericórdia informa que a emergência SUS opera com superlotação desde março, sempre acima dos 200% e com restrição de atendimentos. A instituição destaca que os casos respiratórios não representam porcentagem significativa na emergência adulta, uma vez que atende casos mais criticos. Conforme a Santa Casa, a maioria dos atendimentos são de pacientes crônicos, que já realizam tratamento no hospital e acabam procurando a emergência SUS devido alguma intercorrência. 

“Normalmente são pacientes oncológicos ou em fila de transplante, como casos de infarto e AVC”, completa a nota. Diretor técnico e chefe da Assistência Médica do IC, Luciano Ceolin Rosa afirma que o objetivo é esvaziar a emergência durante o fim de semana. Estamos sempre com restrição de atendimento, mas se a pessoa chega e diz que está mal, a gente atende”, explica.


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