Suspensão de transporte restringe acesso de pacientes ao Hospital Centenário

Cerca de 80 pacientes de outras cidades que são atendidos em diversas especialidades no Hospital Centenário, em São Leopoldo, não conseguiram ter acesso ao tratamento médico nesta sexta-feira devido a suspensão do transporte que os leva até a casa de saúde.  Conforme Guilherme Molter, paciente da clínica de hemodiálise do Centenário e presidente do Instituto Pela Vida, comissão formada pelos pacientes do local, muitos faltaram nesta manhã. "Alguns são deficientes visuais, outros idosos e amputados e não conseguem vir para realizar a hemodiálise sem o transporte prestado pela Prefeitura. Estamos preocupados com essa situação pois ele não terão acesso ao tratamento médico", comenta ele.

Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de São Leopoldo, somente na clínica são transportados, pela Bola Transportes, 19 pacientes no turno da manhã e 20 no da tarde, além de pessoas que são trazidas para outros setores e especialidades. A Empresa também é responsável pelo transporte de agentes de endemias, do setor de Vigilância Sanitária.

Segundo o diretor da Bola Transportes, que prefere não se identificar, a empresa é de pequeno porte e não tinha mais condições de manter o serviço sem receber. "Os repasses estão em atraso a bastante tempo mas nos últimos meses a situação piorou. Tive que tomar essa decisão de parar meu serviço mesmo estando em negociação com a Prefeitura", explica ele.

Conforme a Prefeitura de São Leopoldo, a dívida com a empresa é da ordem de R$ 315 mil, sendo que valores que estavam em abertos de gestões anteriores foram pagas ao longo deste ano. A administração municipal irá propor o pagamento imediato de uma parcela de R$ 67 mil à empresa e pretende renegociar outros R$ 222 mil em dezembro e janeiro. Uma coletiva de imprensa está prevista para às 16h, na Sala de Reuniões do Gabinete do prefeito Ary Vanazzi para tratar da situação da Fundação Hospital Centenário.

Devem ser anunciadas medidas judiciais tomadas em relação ao governo do Estado do Rio Grande do Sul para a cobrança de repasses não realizados durante vários anos para os serviços de Média e Alta Complexidade em Neurologia e Neurocirurgia. Conforme o executivo, de 2008 a 2017, os setores só se mantiveram porque a Prefeitura de São Leopoldo aportou recursos próprios