Túnel do abraço ameniza a saudade e o contato com familiares em residencial de Gravataí
A iniciativa foi projetada também para cadeirantes
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Em tempos de pandemia, o contato físico é limitado entre as pessoas e os cuidados são redobrados entre os idosos, considerados grupo de risco e mais vulneráveis ao contágio e a letalidade dos sintomas causados pelo novo coronavírus. Por isso, administradores de um residencial em Gravataí usaram a criatividade para aproximar um pouco mais familiares dos idosos que lá residem.
A equipe que atua no local, em parceria com uma artesã do município, construiu o túnel do abraço, uma área onde os residentes podem se aproximar, ver, ouvir e ter contato com parentes, que ficam separados por uma grossa lona de plástico. O avanço da estrutura onde ficam os idosos foi totalmente fechado e na lona foram abertas quatro cavidades para que as pessoas de ambos os lados possam transpassar os braços e finalmente se abraçarem. Dois níveis de abraços foram projetados. Um para aqueles que abraçam em pé, e o segundo nível para os cadeirantes.
Rubia Santos Lima, que gerencia o local, conta que viu a ideia na internet e resolveu adaptar para o lar. “Na semana do Dia das Mães percebemos que as nossas residentes ficaram muito tristes pela falta do abraço aos filhos. A visitação aconteceu à distância, com os familiares no portão, de máscara. Não teve abraço, não teve visita, não teve passeio e nem almoço na casa dos filhos, como nos anos anteriores.”
Diante da situação e com a enorme vontade de proporcionar uma proximidade entre os entes, Rubia conseguiu mobilizar a equipe e criar o espaço inovador no residencial. “As visitas ao túnel são feitas com hora marcada e apenas uma pessoa por vez. Todos devem estar usando máscaras e tem as mãos higienizadas com álcool gel quando passam no portão. Depois, existe todo um cuidado na limpeza da área onde acontece o abraço e são aguardados no mínimo 15 minutos para que ocorra a próxima visitação.”
Rubia diz que o abraço acontece há pouco mais de uma semana e já se percebe alteração no comportamento dos residentes, que estão muito fragilizados e isolados por conta das restrições e orientações causadas pela pandemia. “É muito gratificante. É lindo ver a ansiedade deles, a felicidade, ao saberem que eles terão aquele momento. Nossa vida aqui no residencial mudou completamente. Estamos há mais de 60 dias em isolamento. Essa ideia do abraço foi espetacular.”