Tecnologia de exploração espacial ajuda a Corsan Aegea a identificar vazamentos de água

Tecnologia de exploração espacial ajuda a Corsan Aegea a identificar vazamentos de água

Satélite executa mapeamento do subsolo da região metropolitana do Estado

Cristiano Abreu

Diretor executivo José João de Jesus da Fonseca apresentou sistema

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Ao longo da história, a exploração espacial foi responsável pelo surgimento de inúmeras tecnologias que transformaram a vida dos humanos na Terra. A corrida pelos segredos guardados em estrelas, planetas, satélites naturais e outros corpos celestes nos proporcionou a caneta esferográfica, a panela antiaderente, sistemas de comunicação, veículos e sondas. Pois uma destas importantes ferramentas acaba de entrar em uso no Rio Grande do Sul para combater um dos piores problemas quando o assunto é abastecimento de água potável: o desperdício.

A Corsan Aegea está utilizando um satélite, com tecnologia projetada inicialmente para procurar água em Marte, para mapear o subsolo da região metropolitana. O objetivo é escanear a rede de abastecimento, o que além de dar a dimensão do estado de conservação dos sistemas é capaz de identificar vazamentos em fase inicial ou em profundidades de até três metros com mais precisão do que oferece as ferramentas convencionais utilizadas.

Nesta segunda-feira, abrindo a programação especial da companhia para a Semana Mundial da Água, a presidente da Corsan, Samanta Takimi, e o diretor executivo José João de Jesus da Fonseca apresentaram estrutura, e ações realizadas a partir do Centro de Operações Integradas (COI) da companhia. Além de destacar o investimento de R$ 55 milhões em automação e monitoramento do sistema de água e esgoto, foi demonstrada como ocorre a operação do satélite, que possui tecnologia israelense.

O equipamento contratado pela Corsan a partir de uma empresa referência no país na operação desta tecnologia está em operação na região Metropolitana. Munido de softwares acoplados a radares, o sistema escaneia o subsolo identificando água potável em contato com o solo, diferenciando-a de água bruta, como a proveniente de lençóis freáticos, rios subterrâneos ou poços artesianos.

De acordo com Fonseca, o equipamento torna mais inteligente a gestão do sistema e mais veloz e eficaz o conserto de redes danificadas. “Uma vez mapeados os possíveis pontos de vazamento pelo satélite, as equipes operacionais entram em ação utilizando geofones (equipamento que capta a vibração produzida pela passagem de líquidos) para confirmar a origem. Esse método agiliza a identificação em 85% e com precisão acima de 90%”, destaca.

Conforme números divulgados pela empresa, dos 3,3 mil quilômetros de logradouros onde há redes da Corsan na região Metropolitana, o satélite já apontou problemas em 330 quilômetros. O levantamento, realizado durante três meses, equivale ao resultado de 18 meses de trabalho utilizando métodos convencionais que ainda demandariam a necessidade de avarias de pavimentos e calçadas.

O sistema entrou em operação mapeando as cidades de Viamão, Gravataí, Cachoeirinha, Alvorada e Canoas. A ideia é estender no futuro a tecnologia para outras áreas do Rio Grande do Sul atendidas pela companhia.


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