Temendo desabastecimento, secretaria pede que tratamento para leptospirose seja feito somente mediante sintomas

Temendo desabastecimento, secretaria pede que tratamento para leptospirose seja feito somente mediante sintomas

Orientação foi divulgada pela Secretaria de Saúde de Porto Alegre nesta terça-feira

Guilherme Sperafico

Pessoas que tiveram contato com as águas das enchentes devem estar atentas aos sintomas

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Em comunicado divulgado nesta terça-feira, a Secretaria da Saúde de Porto Alegre informou que, até o momento, a recomendação é que o tratamento para a leptospirose seja realizado apenas na presença de sinais e sintomas compatíveis. Além disso, o comunicado afirma que não há evidências para uso indiscriminado de remédio, sob risco de desabastecimento para quem realmente precisa.

Depois de enchentes como as que assolam o Rio Grande do Sul nos últimos dias, o risco de transmissão de doenças como leptospirose, tétano e hepatite A pode aumentar. A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela bactéria leptospira, presente na urina de roedores e comumente adquirida pelo contato com água ou solo contaminados.

Com a movimentação das águas, essas bactérias acabam facilmente entrando em contato com a população. Só pelo fato de estar muito tempo exposto à água, a pele já perde a sua barreira natural e a bactéria pode penetrar na pele.

Para quem for fazer a limpeza de casas e comércios, a orientação é usar equipamentos de proteção adequados e evitar ficar com mãos e pés molhados por muito tempo. A leptospirose apresenta manifestações clínicas variadas.

Segundo nota técnica do Ministério da Saúde, na fase inicial da doença, os pacientes podem sentir febre igual ou maior que 38 graus Celsius dor na região lombar ou na panturrilha e conjuntivite. Os sinais de alerta para gravidade, que podem aparecer a partir da segunda semana, envolvem sintomas como tosse, hemorragias ou insuficiência renal.

É considerado um caso suspeito alguém que apresente febre, dor de cabeça, muscular e que tenha sido exposto a enchentes, alagamentos, fossas, esgoto ou que resida ou trabalhe em área de risco para a leptospirose.


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