Temporal interrompe crucificação da Encenação da Paixão de Cristo no Morro da Cruz, em Porto Alegre

Temporal interrompe crucificação da Encenação da Paixão de Cristo no Morro da Cruz, em Porto Alegre

Caminhada de 1,5 quilômetro até o alto do morro reuniu centenas de moradores nesta Sexta-feira Santa, mas temporal interrompeu evento

Rodrigo Thiel

Trajeto percorrido por quem participou da Paixão de Cristo é de cerca de 1,5 quilômetro até o alto do Morro da Cruz

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Centenas de fiéis participaram de mais uma edição da Encenação da Paixão de Cristo no Morro da Cruz, realizada nesta sexta-feira, 29, em Porto Alegre. No entanto, o temporal que atingiu a cidade no fim da tarde interrompeu o evento no ponto alto da encenação. A crucificação de Cristo acabou não ocorrendo. Público e participantes da Encenação correram para se abrigar da chuva e do vento forte.

A 65ª edição do evento teve como tema a necessidade da paz no mundo, levando muitas pessoas a acompanharem a caminhada de mais de 1,5 quilômetro até o alto do morro como forma de cumprir promessas e professarem a fé. Assim como faz há 43 anos, o vereador Aldacir Oliboni interpretou a figura de Jesus Cristo na encenação.

A moradora do Morro da Cruz, Mari Ângela Machado, participou do evento como forma de agradecimento. “Eu subo todos os anos. Só não participei em um ano quando eu quebrei o joelho. Para mim, é um momento muito importante aqui para o bairro. É uma forma de agradecer pelo ano que passou, por tudo o que acontece em nossa vida e pela paz no mundo”, falou.

Oliboni, que nesta sexta-feira viveu a figura de Cristo, contou sobre o envolvimento dos moradores do Morro da Cruz na encenação e na peregrinação. “São cenas muito emocionantes que mexem com a vida das pessoas. Ao longo do caminho, é bonito perceber que muitas pessoas se envolvem mesmo com o evento, pois ele acontece na vida destas pessoas. Participar dele nos faz sentir a importância disso para o bairro e para a cidade”, apontou.

O secretário municipal de Cultura e Economia Criativa de Porto Alegre, Henry Ventura, também participou da encenação, atuando como o apóstolo Felipe. “A Paixão de Cristo do Morro da Cruz tem um gosto especial, pois é um misto da entrega cultural e artística que a gente tem com a comunidade, e também porque mobiliza tantas pessoas nesse momento emocionante. A peça também tem um elemento de preservação da memória. Uma cidade que pensa o futuro, precisa também preservar a sua memória”, completou o secretário.

Antes da encenação, foram distribuídas macelas para o público presente, como forma de recordar a necessidade de paz no mundo. O prefeito Sebastião Melo também acompanhou a encenação em meio ao público presente no bairro Morro da Cruz.


Correio do Povo
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