Temporal obriga famílias a deixarem suas residências na Região Metropolitana

Temporal obriga famílias a deixarem suas residências na Região Metropolitana

Cidade de Sapiranga registrou um acumulado de 176 mm de chuva

Fernanda Bassôa

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O grande volume de chuvas que caiu sobre o Estado nos últimos dias vem causando uma série de transtornos junto às populações ribeirinhas que vivem nas cidades da região do Vale do Caí, Vale do Sinos e Região Metropolitana. Na manhã desta terça-feira, o nível do rio Caí na rua da Barca, na cidade de São Sebastião do Caí, chegou a marca dos 13,60 metros.

De acordo com a Defesa Civil do município, o rio sobe 11,5 cm por hora e existe a possibilidade de que o leito possa alcançar os 14 metros até o fim do dia. Os bairros atingidos pela cheia do rio são Navegantes, Quilombo, Rio Branco e Vila Rica. Pelo menos 59 famílias, um total de 180 pessoas, atualmente estão fora de suas casas. No ginásio do Rio Branco estão abrigadas 55 famílias (124 adultos e 45 crianças) e na Associação de Moradores do Quilombo estão alojadas outras quatro famílias, nove adultos e duas crianças 

Na cidade de Montenegro, a Defesa Civil retirou 58 famílias de suas casas durante a madrugada devido a cheia do rio Caí. A maioria foi realocada na casa de parentes, mas também há abrigados no Recreio e no Ginásio Domingos dos Santos, do Parque Centenário. Embora a chuva tenha dado uma trégua no início desta manhã, o nível do rio deve continuar subindo o dia todo, segundo informou as equipes da Defesa Civil, com base no comportamento das cheias em pontos de medição nas áreas mais altas da Bacia, onde as precipitações continuam. O nível do rio Caí chegou a marca dos 6,44 metros nesta manhã, com crescimento médio de 8 centímetros por hora. A cota de atenção entra em alerta quando o rio atinge os 3 metros.

Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, registrou 200 mm de chuva em 48 horas, desde a noite de domingo. O nível do Rio dos Sinos subiu 1,24 metro em um dia, de 4,81 metros às 6h da manhã desta segunda-feira para 6,05 metros na manhã de terça-feira. Nove pessoas, todas do bairro Santo Afonso, estão alojadas no Abrigo Bom Pastor, que a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social dispõe no bairro Guarani. A expectativa é que retornem para suas casas ao longo do dia de hoje. 

São Leopoldo

Em São Leopoldo, mesmo com mais de 144 mm de chuvas nas últimas 72h, os registros de transtornos foram pontuais, com o alagamento de algumas ruas por conta do expressivo volume de água em pouco tempo. Na noite de segunda-feira, na Ocupação Steigleder, as famílias precisaram se abrigar no galpão, em torno de 12 famílias, recebendo alimentação, colchões. O nível do Rio dos Sinos em São Leopoldo está na marca dos 3,70 metros. A cidade de Sapiranga, também no Vale do Sinos, registrou um acumulado de 176 mm de chuva. O Bairro Porto Palmeira foi o mais atingido. Não houve registro de deslizamentos. De acordo com a prefeitura 15 famílias procuraram abrigos na casa de parentes. O nível do Rio do Sinos está subindo e algumas ruas estão bloqueadas. A mais prejudicada é a Estrada Presidente Kennedy.

Em Esteio a precipitação foi de 145 mm de chuva nas últimas 48 horas. A prefeitura está monitorando as áreas de risco e até o momento não há registros de desalojados ou desabrigados. De acordo com o Executivo, a preocupação maior é com as famílias que residem nas ruas Primeiro de Março e Travessa Jorge de Souza Moraes, onde há alagamento parcial, pois naquele ponto o arroio Esteio saiu da calha. Na cidade de Campo Bom, no Vale do Sinos, o nível do rio do Sinos estava na marca de 6,14 metros durante a manhã desta terça-feira. De acordo com a Defesa Civil, rio transborda naquele trecho quando chega a marca dos 7,20 metros, portanto, não há registros de desalojados .

Em Nova Santa Rita, o volume de chuva até a manhã desta terça-feira foi de 185 mm. O nível do Rio Caí está em 3metros e 84 cm. Não há pessoas desalojadas até o momento. Sobre estragos, houve deslizamento registrado e um rompimento de uma tubulação que atravessa uma rua, mas o reparo já foi realizado pela prefeitura. Os principais bairros atingidos são Caju e Berto Círio, onde algumas ruas foram alagadas, mas a situação já foi normalizada. 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895