Temporal volta a causar estragos no RS com queda de árvores, bloqueio de rodovias e alagamentos

Temporal volta a causar estragos no RS com queda de árvores, bloqueio de rodovias e alagamentos

Vale do Taquari, uma das regiões mais atingidas desde setembro, volta a ficar em estado de alerta para inundações

Rodrigo Thiel

Na rua Antônio Carlos de Tibiriçá, no Jardim Botânico, uma árvore caiu sobre um veículo em movimento

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O Rio Grande do Sul foi novamente atingido por um forte temporal, registrado na noite de sexta-feira e madrugada deste sábado. Muitas regiões do Estado tiveram queda de árvores, queda de barreiras em rodovias e também alerta para risco de inundações em rios. De acordo com a MetSul Meteorologia, apenas entre as 19h e 22h de sexta foram contabilizados por sensores mais de 45 mil raios no RS.

A Capital tem pontos de alagamentos em diversas regiões. O Guaíba já atingiu a cota de cheia no Cais Mauá e causa alagamentos na região das ilhas, com nível de 2,05 metros. Na rua Voluntários da Pátria, o alagamento causa transtorno para motoristas. Há registro de bloqueio de vias na Sertório, na Aparício Borges e na Plínio Brasil Milano.

De acordo com a Defesa Civil da Capital, foram atendidas cinco ocorrências de queda de árvores. Em uma delas, na rua Antônio Carlos Tibiriçá, no Jardim Botânico, uma árvore caiu sobre um veículo em movimento, mas não deixou feridos. No local, o Corpo de Bombeiros trabalhava no corte da árvore para liberar o trânsito. A CEEE Equatorial auxiliou no atendimento da ocorrência. 

No bairro Cristal, foi registrada a queda de uma árvore e de um muro junto a uma residência, também sem feridos. Também foram entregues lonas nos bairros Ruben Berta e Glória. Ainda segundo a Defesa Civil, equipes vistoriaram a região das ilhas e não constataram alagamentos em residências. Na Ilha da Pintada, o nível do Guaíba está em 1,84 metro, cerca de 16 centímetros da cota de alerta e a 36 centímetros da cota de inundação.

Estragos no interior do RS

Já no interior, as defesas civis locais auxiliam na retirada de famílias atingidas nos vales do Paranhana e Taquari. Em Muçum, o rio Taquari subiu cerca de 9 metros desde as 22h de sexta-feira. Na medição realizada na manhã deste sábado, por volta das 9 horas, o nível do rio estava em 19 metros. Na cidade, a Prefeitura e a Defesa Civil seguem monitorando a situação.

Já em Lajeado, o nível do rio chegou em 23,92 metros, em medição realizada por volta das 10h deste sábado. Mais de 70 famílias (172 pessoas ao todo) já foram retiradas de casa e estão abrigadas no Parque do Imigrante. Além disso, a água do rio Taquari já deixa ao menos 15 ruas alagadas. A orientação da Defesa Civil do município é que as famílias que residem na área considerada como “Cota 25”, ou seja, que registra alagamentos quando o rio atinge 25 metros, já comecem a organizar seus pertences para saírem de casa imediatamente. 

Outro ponto atingido com força pelo temporal foi o Vale do Paranhana e Serra. O Observatório Espacial Heller & Jung, localizado em Taquara, registrou um acumulado de 132 milímetros de chuva na região em menos de 20 horas. A Defesa Civil de Igrejinha divulgou uma nota informando que há risco iminente de transbordo de rio Paranhana e arroios. Há relatos de famílias desabrigadas na cidade. Além disso, uma queda de barreira resultou no bloqueio parcial da ERS 115 em Três Coroas. A previsão de liberação total da via é de 4 horas.

Situação parecida foi registrada na RSC 453, em Farroupilha. Na região, há interdições em rodovias em todo o trecho entre Caxias do Sul e Bento Gonçalves. Na BR 116, há interdição total do trânsito em São Marcos, Nova Petrópolis e Picada Café. Já na BR 470, há interdição total em Carlos Barbosa e parcial em Barracão, com previsão para liberação do tráfego à tarde.

Queda de barreira causou interdição da BR 470 no trecho de Carlos Barbosa, na Serra (Foto: Polícia Rodoviária Federal / Divulgação / CP)

A queda de uma árvore de grande porte também causou uma interdição parcial da BR 386 em Montenegro. A previsão da Polícia Rodoviária Federal (PRF) é de liberação do trânsito ainda nesta manhã. Desde a noite de sexta-feira, o Corpo de Bombeiros do RS também segue atendendo a inúmeras ocorrências relacionadas com o temporal, desde apoio à Defesa Civil até corte de árvores.

Em Giruá, no Noroeste do RS, a queda de pinheiros resultou na obstrução parcial do acesso à cidade pela ERS 344. Além disso, há registro de mais casas destelhadas. A cidade ainda está se recuperando do temporal registrado no meio da última semana, que resultou na morte de uma jovem durante o desabamento de um complexo esportivo.

Acesso à Giruá pela ERS 344 ficou parcialmente obstruído em função da queda de árvores (Foto: Rafael Belmonte / Especial / CP)

Prefeito de Caxias do Sul decreta situação de emergência

Na principal cidade da Serra, o temporal causou alagamentos, quedas de árvores e outras ocorrências desde a noite de sexta-feira. O prefeito Adiló Didomenico decretou situação de emergência em Caxias do Sul e reuniu o gabinete de crise na Prefeitura. As prioridades são o desbloqueio de vias e atendimento a pessoas em situação de risco. 

Durante a noite de sexta, o telhado de um galpão caiu com os fortes ventos do temporal. O local recebia um rodeio e, conforme o relato da organização, uma pessoa ficou ferida. Houve também danos materiais em veículos. O evento foi cancelado após o ocorrido.

Nas últimas horas, a cidade registrou um acumulado de 149 milímetros de chuva. Desde o início do mês, a precipitação está em 355 milímetros, enquanto o histórico para novembro é de 124 milímetros. A Prefeitura e a Defesa Civil colocaram à disposição as 27 vagas da Fundação de Assistência Social para o acolhimento de famílias atingidas pelo temporal.

Prefeito Adiló Didomenico reuniu o gabinete de crise na manhã deste sábado, na Prefeitura (Foto: Rodrigo Rossi / Prefeitura de Caxias do Sul / Divulgação / CP)


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