Terceirizados da Refap decretam greve após rejeitar proposta de empresas

Terceirizados da Refap decretam greve após rejeitar proposta de empresas

Mediação do TRT4 não surtiu efeito para os trabalhadores, que seguem mobilizados junto a uma das portarias da refinaria

Felipe Faleiro

Funcionários de diversas empresas aderiram ao movimento em Canoas

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Trabalhadores terceirizados da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, decretaram greve na manhã desta sexta-feira, após a assembleia sindical rejeitar as propostas trazidas pelas empresas ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), no dia anterior. As negociações continuam, e os funcionários, muitos de outros Estados do país, seguem mobilizados junto a entrada específica dos terceirizados, na portaria Leste, avenida Antônio Frederico Ozanam, bairro Brigadeira.

Um lado da via foi bloqueado pela Brigada Militar (BM) para o trânsito de manifestantes, que realizam atos pacíficos. A mobilização iniciou na última segunda-feira, quando parte dos funcionários das empresas Engevale e Estrutural cruzou os braços, em protesto contra o que consideram más condições de trabalho por parte das companhias, além dos mais baixos salários das funções no país. A eles, se juntaram também nesta sexta-feira equipes da Darcy Pacheco, Manserv e Estel. 

O acordo votado nesta assembleia, e assinado pelo vice-presidente do TRT4, desembargador Ricardo Hofmeister de Almeida Martins Costa, envolvia menos propostas do que as sete originais e as nove da lista final fechada pelos trabalhadores. As companhias ofereceram, entre outros, vale-alimentação de R$ 700, abono de dois dias de paralisação e indenizatório correspondente a 250 horas, ao final dos contratos, compromisso de não-demissão aos participantes do movimento, ressarcimento das passagens de deslocamento de funcionários que vêm de outros estados e ajuda de custo de R$ 900 para hospedagem destes profissionais.

“Agora é a paralisação. Houve recusa da proposta, o que nos faz brigar e continuarmos na luta pelos nossos direitos”, disse o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de POA (STICC), Jean Pereira. A decisão, portanto, representa um recuo por parte das categorias, que haviam concordado suspender o estado de greve em primeira sessão de mediação com o TRT4, na última quarta-feira.

A Refap iniciou nesta semana uma parada agendada para manutenção, e para este serviço, funcionários especializados são contratados de diversas localidades do Brasil. No entanto, eles alegam que, em Canoas, recebem 30% menos do que em outras refinarias da Petrobras para realizar as mesmas funções Para este serviço, que deve durar três meses, a estatal afirma que está investindo R$ 450 milhões.

Procurada para comentar a greve, a Petrobras afirmou que a parada está em curso, e que “acompanha e aguarda as discussões que acontecem entre as empresas prestadoras de serviço e seus funcionários”. Disse ainda que “está em dia com todas suas obrigações em relação aos contratos de prestação de serviços ligados à Refap, em conformidade com a legislação vigente”, e que “não interfere nas relações entre as empresas contratadas, seus trabalhadores e sindicatos”.


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