Terceiro dia da greve dos aeronautas causa novos reflexos no Aeroporto Salgado Filho

Terceiro dia da greve dos aeronautas causa novos reflexos no Aeroporto Salgado Filho

Ao menos um voo registrou atraso e outro foi cancelado nesta quarta-feira em Porto Alegre

Felipe Faleiro

Movimento no Salgado Filho, em Porto Alegre, na manhã desta quarta-feira

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A greve dos aeronautas entrou nesta quarta-feira em seu terceiro dia, ainda provocando reflexos em aeroportos do país, entre eles o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. Ao menos um voo da Gol com destino ao Santos Dumont, no Rio de Janeiro, teve atraso, partindo às 12h10min, quando deveria partir às 10h15min, e outro da mesma companhia aérea, destinada a Congonhas, em São Paulo, com decolagem às 11h55min, foi cancelado.

O movimento no Salgado Filho, no entanto, não teve a intensidade do dia anterior, quando maiores filas foram registradas, e, de acordo com a Fraport, seis voos foram cancelados e nove partidas atrasaram. O empresário Joelcio Ferreira da Silva, de Novo Hamburgo, foi um dos passageiros que aguardava no saguão do embarque doméstico para ir ao Rio, antes da viagem atrasar. Ele estava com a família de férias. “Acho que esta greve é justa pelas reivindicações propostas. Se eu estivesse de serviço, seria mais prejudicial”, comentou ele.

A mobilização é promovida diariamente desde a última segunda-feira, das 6h às 8h, pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), que reivindica melhores condições de trabalho, com ajustes nos dias e horários de folga dos tripulantes, bem como a recomposição salarial referente às perdas inflacionárias dos últimos três anos. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou ainda um mínimo de 90% dos aeronautas em serviço enquanto durar a paralisação, estabelecendo multa diária de R$ 200 mil em caso de descumprimento da medida.

Por ora, a greve segue por tempo indeterminado, já que não houve acordo até o momento entre as partes. A proposta apresentada pelo TST previa reajuste de 100% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) sobre salários fixos e variáveis, mais aumento real de 0,5% sobre diárias nacionais, piso salarial, seguro, multa por descumprimento da convenção e vale-alimentação. Além disto, redução das folgas mensais mínimas de dez para nove, recebendo, caso utilize, indenização equivalente a 1/20 de seu salário fixo. Porém, a medida foi rejeitada pela maioria dos votantes da SNA, que chegou a levar a proposta a plenário virtual.


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