Testes rápidos na Praça da Alfândega marcam Dia Mundial de Luta Contra a Aids em Porto Alegre

Testes rápidos na Praça da Alfândega marcam Dia Mundial de Luta Contra a Aids em Porto Alegre

Ação da Secretaria Municipal da Saúde é a primeira de uma série de eventos em alusão ao Dezembro Vermelho

Felipe Faleiro

Interessados em participar realizaram quatro testes rápidos e já saíam com diagnóstico

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Hoje é o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, e para marcar a data, uma ação de testagens rápidas para HIV, sífilis e hepatites B e C está sendo realizada na Praça da Alfândega, no Centro Histórico de Porto Alegre, até às 16h. O ônibus do projeto Fique Sabendo estacionou no local e profissionais de saúde conduzem os testes. Há ainda conscientização sobre a importância da prevenção, por meio de rodas de conversa relacionadas ao enfrentamento destas infecções sexualmente transmissíveis. 

À tarde, um seminário relacionado será realizado na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), no bairro Praia de Belas. Os números da Aids são considerados preocupantes em Porto Alegre: dados divulgados hoje pelo Ministério da Saúde, e relativas a 2021, mostram que a Capital gaúcha é a 3ª do país com maior taxa de detecção, porém é a maior entre as capitais do país tanto em detecções em gestantes, quanto ao coeficiente de mortes por 100 mil habitantes.

“Este evento é para mostrar à população de que a Aids ainda existe, e, embora não tenha cura, tem tratamento, e bem menos complexo do que há 40 anos, quando a epidemia surgiu no mundo”, disse a administradora sanitarista da Coordenação de Atenção à Tuberculose, ISTs, HIV/Aids e Hepatites Virais da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre (CAIST/SMS), Luciana Egres, que também coordenou o evento. A Prefeitura também afirma que oferece tratamento a pessoas diagnosticadas com o vírus HIV desde 2014.

De acordo com ela, os números do ministério mostram que Porto Alegre tem uma “epidemia generalizada”, ou seja, não afeta mais determinada população. “Não há mais o estigma da discriminação, como no passado. O tratamento está disponível para todos”, pontuou ela. Houve também a participação do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP Brasil), e do projeto A Hora é Agora, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) para prevenção, diagnóstico e tratamento imediato do HIV/Aids.

Os interessados são convidados a realizar quatro exames rápidos, cujos resultados saem na hora. Caso houvesse um resultado positivo, o paciente é encaminhado diretamente a uma unidade de referência próxima da residência. “O tratamento, caso necessário, é facilitado para o usuário”, disse Luciana. Deivid Alves, morador do Centro Histórico, e que está desempregado, disse que soube da ação pelos meios de comunicação. “Acho muito importante fazer o teste. Além do mais, conheço pessoas que vivem com Aids há 20 anos e sempre tiveram qualidade de vida”, afirmou.

Já o engraxate Luiz Gustavo Pires disse que realiza os testes todos os anos nesta época. “É importante que possamos nos prevenir”, afirmou. Ao longo deste mês, em alusão ao Dezembro Vermelho, mês de prevenção, a Prefeitura da Capital faz uma série de ações serão feitas para relembrar a importância do cuidado e testagem, tanto nas redes sociais e busdoors, quanto em locais como o Largo Glênio Peres, na próxima terça-feira, das 10h às 16h, Parque da Redenção, bairro Restinga, entre outros.

Números da Aids em Porto Alegre relativos a 2021

- Maior coeficiente de mortalidade por Aids entre as capitais: 22,6 óbitos/100 mil habitantes (quase 6 vezes mais que a taxa nacional, que é de 4,2/100 mil, e quase 3 vezes mais que a taxa do RS, que é de 7,7/100 mil)

- Maior taxa de detecções do HIV em gestantes entre as capitais: 17,1 casos/1.000 nascidos vivos (quase 6 vezes maior que a taxa nacional, que é de 3/1.000 e cerca de 2 vezes mais que a taxa do RS, que é de 8,4/1.000)

- 3ª capital em taxa de detecção de Aids: 47,2 casos/100 mil habitantes (quase 3 vezes mais que a taxa nacional, que é de 16,5/100 mil, e cerca de 2 vezes mais que a taxa do RS, que é de 24,3/1000)

Fonte: Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2022 -  Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis / Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (DCCI/SVS/MS)


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