Trabalhadores da educação de Sapucaia do Sul realizarão ato por diálogo com a prefeitura

Trabalhadores da educação de Sapucaia do Sul realizarão ato por diálogo com a prefeitura

Protesto ocorrerá nesta terça-feira, a partir das 17h, em frente à Secretaria de Educação

Fernanda Bassôa

Segundo a presidente do Sintesa, a rede municipal de educação conta com pouco mais de 1,4 mil trabalhadores

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A retirada do direito de realizar o planejamento (de aula) em local de livre escolha, as trocas de profissionais de escolas sem justificativas, o corte do adicional de insalubridade dos atendentes de educação infantil, o desrespeito com o piso nacional do magistério, o congelamento salarial e a falta de diálogo com a categoria, são algumas das demandas que serão explanadas pelos trabalhadores da educação no protesto marcado para o final da tarde desta terça-feira, em Sapucaia do Sul. O ato ocorrerá a partir das 17h, em frente à Secretaria de Educação, na rua Marechal Deodoro, no bairro Paraíso.

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Sapucaia do Sul (Sintesa), Mirian Mattos, explica que há dois anos os profissionais tem recebido seus salários com valores bem abaixo do piso nacional do magistério e, entre outras demandas, reivindica imediatamente uma roda de negociação com o Executivo para que a categoria possa ser ouvida. “Um terço da carga horária é destinada ao planejamento que até então era feito em local de livre escolha do profissional. Neste ano, a Secretaria de Educação determinou que isso deve ser feito dentro das escolas. Há muitas instituições da rede que não dão conta, pois não há salas suficientes, a internet não é boa e faltam tomadas. Sem falar na nossa luta pelo adicional de insalubridade. Em assembleia realizada na última semana decidimos unir nossas demandas e realizar este ato, pois não estamos sendo ouvidos.”

De acordo com Mirian, os profissionais reivindicam abertura de uma mesa de negociação, na busca por diálogo e respeito. “Queremos que a Administração nos escute, ouça nossos anseios e que possamos construir em conjunto uma solução para garantir nossos direitos.” Segundo ela, a rede municipal de educação conta com pouco mais de 1,4 mil trabalhadores, distribuídos em 28 escolas, que atuam com cerca de 16 mil estudantes.

O outro lado 

Procurada pela reportagem, a prefeitura de Sapucaia do Sul informou que revendo questões de defasagem idade/ano referente aos dois anos de pandemia, uma das estratégias criadas foi de alternar a realização do planejamento, que é elaborado uma semana na escola e outra livre, sucessivamente, até abril, onde após esse período será reavaliado. O direito que o professor tem ao planejamento não foi suprimida, apenas reorganizada.

A administração informou ainda que essa estratégia de alternância visa proporcionar ao professor um maior contato com o PPP da educação, que desde 2019 não era atualizado, conversar entre equipe, compartilhar experiências com outros professores, entre outros benefícios. O município oferece Laboratório de Aprendizagem, Labin, biblioteca e Sala de leitura para a realização desse planejamento.  

Ainda assim, de acordo com o Executivo, nenhum professor foi remanejado sem justificativa. Os profissionais que foram transferidos das escolas tiveram um período, em dezembro, para preencher uma ficha de remanejo, e nenhuma troca foi realizada sem autorização do gestor (diretor) da Escola. 

Com relação ao corte do adicional de insalubridade dos atendentes de educação infantil, isso aconteceu ainda na gestão passada, em que foi realizado um estudo técnico por uma empresa terceirizada, onde o laudo foi constatado ser ilegal o pagamento dessas insalubridades.

Em relação ao piso do magistério, logo iniciarão as discussões do dissídio da categoria onde será debatido o percentual de aumento salarial para maio. “Essa gestão sempre esteve aberta ao diálogo, recebendo, inclusive, diversas vezes o sindicato em seu gabinete.” 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895