Trabalhadores de hospital de Sapucaia do Sul interrompem o trânsito na ERS 118
Os funcionários da Fundação Hospitalar Getúlio Vargas paralisaram as atividades em protesto pelo não pagamento do 13º salário
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Um grupo de funcionários da Fundação Hospitalar Getúlio Vargas, de Sapucaia do Sul, paralisou as atividades ao meio-dia desta segunda-feira em protesto pelo não recebimento do 13º salário. Os trabalhadores se concentraram com faixas, cartazes e apitos em frente ao Hospital Getúlio Vargas e caminharam em direção à ERS 118, onde bloquearam as duas pistas da rodovia por cerca de uma hora. Houve congestionamento no trecho. Além do 13º salário, funcionários apontam a falta de materiais de trabalho e insumos, o que vem acarretando cancelamento de cirurgias.
De acordo com o diretor-presidente do Sindisaúde Vale do Sinos, Jeison Andrei Rex, a decisão de parar os serviços e chamar atenção da população ocorre porque os trabalhadores estão sendo prejudicados. “E não há nenhum tipo de sinalização ou previsão de regularização.”
Em assembleia realizada às 14h, assim que deixou a rodovia estadual, a categoria decidiu pelo planejamento de uma agenda de mobilizações, com nova paralisação marcada para as 7h desta quarta-feira. A previsão é de que os funcionários parem por cerca de duas horas. "A intenção é chamar a atenção e ganhar apoio da população. Seguiremos mobilizados até que efetivamente haja o pagamento do 13º salário", afirmou Rex.
A Fundação Hospitalar Getúlio Vargas diz reconhecer a legitimidade do movimento dos trabalhadores, que reivindica o pagamento em dia de seus vencimentos e a quitação do 13º salário. Entretanto, lembra que o governo do Estado do Rio Grande do Sul ainda não efetuou pagamento das competências de setembro (parte), outubro, novembro e dezembro de 2018, o que soma R$ 13.638.000,00. Logo mais vencerá a parcela de janeiro, e serão mais R$ 3.894.803,00 devidos. Esclarece ainda que a Prefeitura efetuou na sexta-feira (8) o repasse de R$ 1.750.000,00, que corresponde a boa parte de sua dívida com a Fundação, possibilitando a quitação dos salários de janeiro, e que, apesar de não receber - nos devidos prazos - os repasses de Estado e Município, atualmente a FHGV está em dia com o salário mensal de seus trabalhadores e reconhece o atraso no pagamento do 13º.
A Fundação admite que para conseguir priorizar o compromisso com seu quadro funcional, a FHGV precisa negociar sua dívida com prestadores de serviços e fornecedores, o que implica dificuldade no dia a dia de trabalho, sobretudo em casos de escassez de material. Enfatiza ainda que a priorização dos salários dos funcionários, apesar do atraso aos fornecedores, é uma decisão de direção da FHGV, que visa colocar o interesse do trabalhador em primeiro lugar. Diante dos fatos expostos, a direção da Fundação permanece em constante estado de atenção e está empenhada em buscar soluções no menor prazo possível.
A Secretaria Estadual de Saúde informa que a dívida liquidada e pendente de pagamento com a Fundação é de R$ 5.822.754,00, referente aos incentivos estaduais de setembro e outubro. Segundo a pasta, a regularidade dos pagamentos será retomada em março.