Transição energética justa é debatida em Porto Alegre

Transição energética justa é debatida em Porto Alegre

Paula Maia

1º Diálogo da Transição Energética Justa no Rio Grande do Sul

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O Instituto Caldeira, no bairro Navegantes da Capital, foi palco do evento 1º Diálogo da Transição Energética Justa no Rio Grande do Sul. A pauta foi debatida pelo Governo do Estado, Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS/COMIN) e a Associação Brasileira do Carbono Sustentável (ABCS).

O governador em exercício, Gabriel Souza ressaltou que o RS é o Estado mais inovador do Brasil e que acredita na relevância mineral do Estado. “Até mesmo para produzir o hidrogênio verde precisamos da mineração, que é a base para uma energia renovável”, observou.

Souza ainda ressaltou a necessidade da transição energética, mas destacou que é um processo. “Transição energética, sim, porém justa. Uma transição energética que não inviabilize a produção de energia, que gera o desenvolvimento e abastece as nossas indústrias, nossa produção. O Rio Grande do Sul tem um dos maiores parques industriais do Brasil, é a quarta economia nacional, um Estado pujante e forte na sua economia, que precisa muito da transição energética. Mas uma transição que não cause ausência de energia, nem desemprego”, refletiu.

O presidente da ABCS, Fernando Luiz Zancan, afirmou que o evento foi o início de uma caminhada com a sociedade do RS sobre patrimônio mineral gaúcho e a transição energética. “Mostrar que é um processo voltado para as pessoas. E que nós vamos trabalhar, como associação, para que nós tenhamos nas regiões mineiras o uso do carvão mineral de forma neutra em termo de emissões e também no desenvolvimento de novos negócios e no desenvolvimento das regiões mineiras”, ressaltou.

Ele acredita que o maior desafio no setor é o estigma que o carvão tem. “Então por isso tem que mostrar para a sociedade que transição energética não é acabar com combustível fóssil, mas é acabar com as suas emissões e, portanto, nós temos que investir em tecnologia”, finalizou.

Zancan também mencionou que ainda existem dificuldade para aprovar legislação sobre transição energética, mas que no governo nacional estão sendo discutidas legislações ligadas à indústria da captura do CO2, que é fundamental do segmento atividade dos combustíveis fósseis, dentre eles o carvão.

O presidente do IBRAM, Raul Jungmann destacou que a importância da mineração no Estado.

“A mineração do Rio Grande do Sul é decisiva, ela é estratégica, tanto para a segurança alimentar, no agro no Rio Grande do Sul, como também para superar a emergência climática. Para nós alcançarmos uma economia de baixo carbono, que é o desejo de todos aqueles que vivem e convivem com a ameaça da emergência climática”, afirmou.

Sobre as dificuldades e resistências sobre a pauta de transição energética, Jungmann acredita que o cenário está mudando com o apoio do governo e também com a associação positiva do setor privado como o público.

Durante o evento, a Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina e o Instituto Caldeira assinaram um convênio de cooperação para impulsionar o empreendedorismo. A intenção é criar uma rede de ecossistemas para promover o desenvolvimento de novos negócios nas regiões mineiras, com foco em programas e ações voltados para uma transição energética justa e inclusiva.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895