Ufrgs se manifesta sobre pedido de retomada da ONG Patas Dadas

Ufrgs se manifesta sobre pedido de retomada da ONG Patas Dadas

Projeto foi descontinuado após reclamações de vizinhos sobre o barulho provocado pelos cães

Correio do Povo

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A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) se manifestou, através de nota, sobre o pedido de retomada da ONG Patas Dadas, que atuava em um canil construído no Campus do Vale. No local, os voluntários prestavam atendimento veterinário e cuidavam dos cães, até que fossem encaminhados para adoção. A Organização atuava junto a um projeto de Extensão da universidade, que foi descontinuado após reclamações de vizinhos sobre o barulho provocado pelos cães.

A Ufrgs informou que a Superintendência de Infraestrutura (Suinfra) realizou, desde o começo de 2022, reuniões com a coordenação do projeto e com a direção da unidade acadêmica para tratar de assuntos técnicos, entre eles a poluição sonora. "Na ocasião, foi ressaltada a necessidade da manutenção do vínculo do projeto com a Universidade para que a Superintendência pudesse seguir fornecendo suporte técnico", diz a nota.

A universidade também disse que salientou importância de o projeto estar vinculado formalmente a unidades cujo conhecimento tivesse relação com a atividade desenvolvida: "Assim, a iniciativa teria o amparo técnico necessário para tratar dos aspectos ambientais, como poluição sonora, o controle de zoonoses, bem-estar animal, entre outros. Diante das considerações apresentadas, a coordenação do projeto e a direção do Instituto de Letras optaram por não dar continuidade ao trabalho."

Na última quinta-feira, a ONG reuniu voluntários, estudantes da Ufrgs e apoiadores da causa animal em uma "Cãociata". Simpatizantes levaram seus animais de estimação para percorrer o trajeto entre o Monumento ao Expedicionário, na Redenção, até a frente do prédio da reitoria da Ufrgs, pleiteando a volta da operação da ONG dentro da instituição. A Organização também criou um abaixo-assinado para que a população possa demonstrar seu apoio à causa.

Leia na íntegra a nota emitida pela Ufrgs:

"Em relação à questão sobre o Patas Dadas, a Ufrgs esclarece que:

A Superintendência de Infraestrutura (SUINFRA) tem por finalidade zelar pela infraestrutura da Universidade, construindo e conservando o patrimônio edificado da instituição. Em sua atuação, também disponibiliza suporte técnico a todas as atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFRGS. Entretanto, para que o órgão possa exercer o seu papel, é fundamental que exista um vínculo oficial dessas atividades com a Universidade. Por resolução interna, a UFRGS estabelece a necessidade de que os projetos de extensão possuam um coordenador, responsável pela solicitação de espaço físico, e um orientador acadêmico com atuação na área de conhecimento da atividade.

Na Universidade, o Patas Dadas constituía-se como um projeto de extensão, cuja última vinculação era ao Instituto de Letras. Desde o começo de 2022, a SUINFRA realizou reuniões com a coordenação do projeto e com a direção da unidade acadêmica para tratar de assuntos técnicos dessa atividade — entre eles, a poluição sonora, situação que motivou demanda de órgãos externos à UFRGS. Na ocasião, foi ressaltada a necessidade da manutenção do vínculo do projeto com a Universidade para que a Superintendência pudesse seguir fornecendo suporte técnico.

Naquele momento, também salientamos a importância de tal projeto estar vinculado formalmente a unidades cujo conhecimento tivesse relação com a atividade desenvolvida. Assim, a iniciativa teria o amparo técnico necessário para tratar dos aspectos ambientais, como poluição sonora, o controle de zoonoses, bem-estar animal, entre outros. Diante das considerações apresentadas, a coordenação do projeto e a direção do Instituto de Letras optaram por não dar continuidade ao trabalho.

Cabe destacar que a SUINFRA ofereceu o suporte técnico ao Patas Dadas, dentro de sua competência, enquanto essa ação de extensão estava vinculada formalmente à UFRGS. No entanto, uma vez encerrado esse vínculo, a Superintendência solicitou, em maio de 2022, a suspensão das atividades até que a situação fosse regularizada. Somente em fevereiro de 2023, oito meses depois, foi pedida a desocupação do espaço, considerando que um novo projeto de extensão não foi apresentado nesse período."


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