Uma semana após crise, coleta de contêineres segue apresentando problemas em Porto Alegre

Uma semana após crise, coleta de contêineres segue apresentando problemas em Porto Alegre

Desde o começo de 2023, 730 tampas foram furtadas, das quais cerca de 700 já haviam sido repostas

Felipe Faleiro

Moradores de diversos bairros da Capital reclamam do lixo espalhado pelas ruas e dos contêineres sem tampa

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Uma semana depois da crise dos contêineres em Porto Alegre, bairros seguem com problemas na coleta automatizada de lixo, especialmente Auxiliadora e Higienópolis, onde eles seguem lotados de resíduos e pontos da Cidade Baixa, como na Coronel Fernando Machado, em que moradores relatam um grande número de furtos de tampas. A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb) reconhece o problema, e afirma que, somente entre os últimos dias 17 e 21 de maio, foram furtadas 60 tampas, conforme balanço mais recente do Consórcio Porto Alegre Limpa, responsável pelo serviço.

Desde o começo de 2023, 730 foram furtadas, das quais cerca de 700 já haviam sido repostas. O lixo acumulado preocupa moradores e trabalhadores próximos, em razão da proliferação de animais causadores de doenças, bem como o chorume, que de um jeito ou de outro termina na rede de esgoto da Capital. “Estacionei aqui, e quando desci do caminhão, saiu uma ratazana do meio do lixo”, disse o entregador autônomo Luis César Reis. Ele deixou ontem pela manhã o veículo na rua Pedro Chaves Barcellos, quase esquina com a Campos Salles, quando teve o flagrante.

Não muito distante dali, na rua Dr. Timóteo, inclusive uma cama com colchão estavam ao lado de um contêiner nas primeiras horas da quarta-feira. Em outro, o lixo não estava espalhado, mas disposto em sacolas, mostrando que o mesmo ainda não havia sido revirado. Dentro do contêiner, a lotação era máxima. Um caminhão do Consórcio Porto Alegre Limpa, que administra o serviço nos bairros atendidos na Capital, circulava pela área, sendo apoiada por outro veículo. A retirada dos resíduos de um destes objetos ocorre rapidamente, e, em cerca de três minutos, o objeto é esvaziado.

Na Cidade Baixa, onde ocorrem os furtos das tampas, a troca por novas está inserida no contrato, e o consórcio “está repondo diariamente, com reforço na estrutura para dificultar a ação dos vândalos”, afirma a SMSUrb. A empresa em si será novamente multada, mas os valores ainda estão sendo computados, ainda de acordo com a secretaria, e o valor deverá incidir sobre o pagamento feito pela Prefeitura.

A coleta, no entanto, está normal, e “os pontos com problemas estão sendo sanados pelas equipes”, prossegue a secretaria, que ainda solicita registrar demandas do tipo pelo 156. Na semana passada, moradores destes bairros relataram um acúmulo de lixo incomum, causado por um atraso em 5% a 10% dos pontos com o serviço de coleta automatizada. Dois dos sete caminhões estavam estragados, e a reposição por parte do consórcio levou cerca de dois dias, causando menor recolhimento dos materiais diariamente. O prazo dado inicialmente pelo titular da SMSUrb, Marcos Felipi Garcia, para resolução total do problema, foi o último domingo.


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