Uruguaiana sofre com a falta de chuvas

A estiagem que castiga o Rio Grande do Sul, afetando também Uruguaiana, na Fronteira Oeste, mesmo sendo banhada pelo rio Uruguai. Conforme a Emater, a média histórica de chuvas do mês de abril no município é 167mm, enquanto o registrado neste ano atingiu apenas 59mm.

O manancial, em condições normais, sustenta pescadores, assegura alimento aos animais criados na área ribeirinha periférica, mantém pastagem de qualidade ao gado e é o único ponto de captação de água para suprir o abastecimento à população do perímetro urbano da cidade. Há pelo menos 10 dias, a empresa concessionária, responsável pelo serviço de tratamento e distribuição, alerta à necessidade de atenção ao consumo e uso consciente de água nesta fase de contingência para evitar algum tipo de racionamento, fato inédito, pelo menos nas últimas cinco décadas.

Os cuidados redobrados em limpeza, higiene pessoal e de ambientes, visando conter a evolução do novo coronavírus, torna o quadro ainda mais delicado. O rio Uruguai media nesta segunda-feira apenas 0,72 cm, bem abaixo da média de 3m, comum para esta época do ano. Uma pessoa de 1,70m pode atravessar, sem risco, a pé, o rio no trecho entre Uruguaiana até a cidade vizinha de Paso de los Libres, na Argentina. Os bancos de areia são visíveis do lado “hermano”. Toda a linha está interditada pela administração pública, para evitar aglomeração de pessoas que buscam laser e entretenimento às margens do Uruguai.

Os pescadores profissionais ou amadores lamentam não poder “largar nem mesmo uma linha na água”. Com a redução do nível, o gosto e cheiro da água estão comprometidos devido as algas que proliferam devido a associação de altas temperaturas registradas e estiagem, mas conforme os técnicos, sem comprometer a potabilidade para o consumo.  Houve rápidas pancadas de chuva nas últimas 24 horas que não ultrapassaram 5mm, quantidade insignificante perto da necessidade.