Uruguaiana tem média de um estupro de vulnerável por semana, diz levantamento da Polícia Civil

Uruguaiana tem média de um estupro de vulnerável por semana, diz levantamento da Polícia Civil

Em 2021, foram contabilizados 59 casos

Fred Marcovici

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Um levantamento da Polícia Civil revelou que até o último dia 10 de agosto Uruguaiana registrou 33 crimes de estupro de crianças e adolescentes menores 14 anos. De acordo com a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) o índice representa, em média, um crime contra vulneráveis por semana. Até o momento, sete pessoas foram presas. Dados da Polícia Civil também apontam que entre os mesmos meses - janeiro a agosto do ano passado, 31 crianças e adolescentes menores de 14 anos foram estupradas. Durante todo o ano de 2021 houve 59 estupros de vulnerável. 

De acordo com o titular da DPCA, delegado Nilson de Carvalho, os números podem ser ainda mais expressivos uma vez que o crime é subnotificado devido à falta de denúncias. A subnotificação ocorre porque muitas vezes a vítima vive no mesmo ambiente ou próximo do agressor, ficando assim com medo de efetivar a denúncia. "Como esses crimes contra crianças ou adolescentes normalmente são praticados por parentes ou pessoas próximas, as vítimas são intimidadas e ameaçadas para que não contem sobre o episódio. Muitas vezes o estupro ocorre em ambiente doméstico e familiar.", afirma. Em razão disso, a delegacia especializada realiza o projeto "DPCA nas Escolas". 

O trabalho de prevenção nos educandários orienta crianças e adolescentes para que passando por alguma situação de abuso ou violência - ou que saiba de alguém que passe por casos semelhantes - que procurem falar com alguém que possa tomar providência. Nesse caso pode ser um responsável legal, algum funcionário da escola ou até mesmo direto na DP. 

A ação composta por visitas de policiais civis em instituições de ensino também tem o objetivo de orientar profissionais da educação quanto ao procedimento a ser adotado nos casos de suspeita de abusos. Dessa maneira é possível preservar a vítima e acelerar o andamento das medidas de proteção ao menor e investigação dos crimes. Carvalho orienta os pais, responsáveis e professores aos sinais que as crianças e adolescentes dão normalmente quando são vítimas de violência sexual. 

É mais perceptível quando se trata de crianças, pois elas terminam por demonstrar por meio do comportamento. As denúncias podem ser feitas pessoalmente na DPCA, localizada na avenida Presidente Vargas, 3905, no terceiro andar; por meio do WhatsApp: (55) 9 8404-9048 ou pelo telefone 3414-4195. 


Correio do Povo
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