Vacinação contra a gripe segue abaixo da meta em Porto Alegre

Vacinação contra a gripe segue abaixo da meta em Porto Alegre

Das 717.024 pessoas que fazem parte de grupos prioritários, apenas 259.342 tomaram o imunizante

Felipe Samuel

Prefeitura ampliou o público apto a receber a dose para todas as pessoas a partir de seis meses de idade

publicidade

A vacinação contra os vírus da influenza (gripe) segue abaixo da meta entre os grupos prioritários na Capital. Conforme a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), das 717.024 pessoas que fazem parte desse grupo, menos da metade - 259.342 (39,16%) - tomou a vacina em Porto Alegre. A baixa imunização entre crianças e idosos  serve de alerta e reforça a importância de a população procurar os postos de saúde para atingir a meta de 90% de vacinação. 

Para garantir proteção contra os vírus da gripe, a prefeitura ampliou nesta sexta-feira o público apto a receber a dose para todas as pessoas a partir de seis meses de idade. E o movimento foi acentuado em alguns postos de saúde, como na Unidade de Saúde Modelo, no bairro Santana. Responsável técnico de enfermagem da Atenção Primária à Saúde (APS), Leonardo Rodrigues alerta que apenas 13.211 crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias) tomaram a vacina. Isso representa apenas 14,57% de um total de 89.078. 

Entre os idosos a partir de 60 anos, o índice sobe para 49,34%, ou seja, 154.505 vacinados de um contingente de 313.117. O percentual fica abaixo da meta estipulada de 90%. “Apelo aos idosos e crianças para que se vacinem contra a gripe, porque apenas 49% dos idosos estão vacinados. Idosos e pessoas com comorbidades tendem a desenvolver casos mais graves. Por isso devem procurar se vacinar o quanto antes para que estejam protegidos”, recomenda. Conforme Rodrigues, o movimento antivacina também atrapalha a imunização.

“Quanto mais pessoas vacinadas, menores as chances do vírus se propagar entre as pessoas. Estamos chegando no período de inverno, em que as pessoas ficam enclausuradas e com isso o virus tende a se propagar. Quanto mais pessoas imunizadas menor é a circulação desses vírus, o que ajuda a evitar a superlotação das emergências. Nessa época, a maioria dos casos são de síndromes respiratórias por influenza e também por Covid-19”, afirma. Apesar da procura intensa no primeiro dia de liberação para todos os públicos, Rodrigues afirma que é um movimento natural.

“Nos primeiros dias de liberação para outros públicos, a procura é mais intensa, mas depois fica normalizado. A vacina da influenza está disponível em 233 postos de saúde, mas a população geralmente procura unidades como da Santa Marta e Saúde Modelo. Faz anos que não conseguimos atingir a meta. E o movimento antivacina atrapalha muito. A gente está sempre fazendo esforço para sair atrás da pessoas com vacinação fora das unidades de saúde”, afirma.De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Rio Grande do Sul é o terceiro estado com maior número de vacinados contra a Influenza no país, com 1.892.924 doses aplicadas. 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895