“Vamos recomeçar para vir mais uma enchente e destruir tudo”, lamenta moradora de Alvorada

“Vamos recomeçar para vir mais uma enchente e destruir tudo”, lamenta moradora de Alvorada

Prefeitura iniciou nesta semana a retirada de móveis e entulhos que estragaram com a enchente no bairro Americana

Rodrigo Thiel

Moradores da rua Anita Garibaldi, no bairro Americana, acumulam entulhos e móveis estragados pela enchente do arroio Feijó enquanto aguardam mutirão da prefeitura

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Quem circula pelo bairro Americana, em Alvorada, percebe que uma parte está com algumas pilhas de entulho e móveis estragados, enquanto outras ruas já estão limpas. Desde o início da semana, a prefeitura iniciou um mutirão para recolhimento dos estragos da enchente do arroio Feijó, passando pelas ruas Beira Rio, Americana e Marquês do Pombal, com previsão de término dos trabalhos nesta quinta-feira. Na rua Anita Garibaldi, outra das mais atingidas, a moradora Márcia Regina Carvalho lamentou perder, mais uma vez no ano, quase todos os pertences da sua casa.

“Aqui nesta pilha tem algumas coisas minhas e algumas de vizinhos. Tem roupeiro, colchão, bidês, uma pia velha. Praticamente, eu perdi a maioria das minhas coisas. E agora para repor só quando Deus quiser, pois eu não tenho dinheiro para isso. Agora vamos recomeçar a vida de novo para vir mais uma enchente e destruir tudo o que a gente tem. Eu nasci no meio da água e até agora nada foi resolvido”, contou a moradora, que mora há 48 anos na esquina das ruas Anita Garibaldi e Doze de Maio e ficou na casa de uma prima durante os dias de enchente.

Esta situação se repete em outro ponto do bairro, na casa de Carlinda Vaz Tormes, na esquina da Anita Garibaldi com a André da Rocha. Ela lamenta ter perdido móveis sob medida que tinha em seu quarto e na cozinha. Para não ficar sem ter onde guardar seus pertences, ela recebeu da irmã um roupeiro e alguns outros móveis menores. Além disso, uma de suas maiores preocupações era com a geladeira nova que comprou depois que a antiga estragou na enchente de setembro. “Já não tenho nem vontade de voltar para casa. Eu não tenho mais nada depois destas enchentes”, completou.


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