Veja como foram as escolas na segunda noite do carnaval de Porto Alegre
Nove escolas e uma tribo agitaram público no Porto Seco
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A segunda noite de desfiles do Carnaval de Porto Alegre no Complexo Cultural do Porto Seco abriu alas para nove escolas em busca dos títulos das séries Prata e Ouro. A festa contorno também com desfile da tribo Os Comanches. As escolas apostaram em homenagens e lutas contra desigualdades. Confira como foi cada apresentação:
Como remanescentes da era de ouro das tribos carnavalescas, Os Comanches abriram a segunda noite de desfiles contando o enredo “Nos Encantos das Matas e das Flores, os Comanches vivem a mais bela Flor, Açucena”. A agremiação fundada em 10 de outubro de 1959 levou para a avenida a história da perda de uma flauta por um jovem guerreiro. A tribo passou na avenida com 12 alas e quatro alegorias.
Abrindo a noite de disputas, o Império do Sol contorno no Porto Seco o enredo “Um bicentenário com mais de 200 anos! São Leopoldo, uma saga histórica da cidade povoada, amada e miscigenada”. As marcas da colonização alemã apresentam nas mais diversas expressões culturais e sociais, fazem da cidade do Vale dos Sinos o berço alemão no Brasil.
Os germânicos se misturam com indígenas da América, portugueses e representações da África escravizada. Não abre-alas, uma alegoria representava os tempos imemoriais, e a chegada dos imigrantes vindos da Europa. Fechando o desfile, a terceira alegoria representou a cidade de São Leopoldo em festa e o congraçamento das etnias. A passagem da escola também contornou com 15 alas incluindo as obrigatórias como comissão de frente e ala das baianas.
A escola depois de pisar na Passarela Carlos Alberto Barcelos Roxo foi a Protegidos da Princesa Isabel. A agremiação de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, cantou as águas do mar, e a ligação com a vida.
Contando com 18 alas e três alegorias, o desfile da Protegidos pela avenida organizada em três setores. O primeiro com quatro alas e um carro alegórico. No segundo setor passaram dez alas e elementos cenográficos como um polvo gigante. No terceiro setor do desfile, foram quatro alas e uma alegoria.
Depois foi uma vez de Filhos de Maria. O enredo da saga do povo negro gaúcho rumo à liberdade, a partir da história de uma escrava chamada Siza. Com 14 alas e três carros alegóricos, conto a jornada de escravos liderada por Siza até o Uruguai, onde a abolição da escravatura já estava instituída.
Exaltação à mãe baiana foi o tema da Unidos da Vila Mapa. A Escola de samba que fechou a disputa na série Prata prestou homenagem às figuras maternas de todas as cores e raças do Brasil.
Com um desfile desenvolvido em 11 alas e duas alegorias, a Vila Mapa trouxe também elementos cenográficos como o escorpião, símbolo da escola.
Abrindo a segunda noite da série ouro, a Academia de Samba Vila Isabel levou o Neguinho da Beija-Flor ao Porto Seco. O vice-campeão do ano passado pisou na avenida um pouco da meia-noite de domingo, e traz a arquibancada com o enredo “Neguinho do Brasil, Flor Que a Vila Beija”.
A Escola sedeada de Viamão apresentou 19 alas e quatro alegorias. O homenageado, carioca que é a cara e a voz da Beija-Flor de Nilópolis, multicampeã do carnaval do Rio, desfilou no terceiro carro da escola.
A União da Vila do IAPI apostou no enredo “A voz que ressoa da Bahia, ecoa na Vila”. A agremiação levou para a avenida uma locomotiva tradicional e as cores azul, vermelho e branco. A escola entrou na passarela dividida em quatro setores, com 16 alas, três carros Alegóricos e um tripé.
A comissão de frente, representando a dança das águas mornas, foi o destaque do primeiro setor. A segunda alegoria veio no terceiro setor, representando núcleos e musicalidade. A ala dos convidados encerrou o desfile, trazendo o legado da voz da periferia, onde “muitas mulheres lutam para manter o sustento das famílias.
Era 2h30min quando o Estado Maior da Restinga pôs o Porto Seco para dançar. A escola tradicional cobriu respeito e proteção às crianças em seu enredo. Campeã do carnaval 2023, mostrou que vem para brigar novamente pelo título deste ano.
No desfile, a escola celebrou o universo infantil, onde os super-heróis vencem o mal. A "Tinga" dividiu a sua apresentação em quatro setores. O primeiro, abordou o tema “Ser Criança ao Longo da História - Da África ao Brasil Colonial”. Em outro lugar, uma escola oferece brincadeiras típicas infantis. Ao final, optou por uma abordagem social, mostrando crianças em semáforos, nas ruas. A escola teve 20 alas e quatro alegorias.
Na sequência, outra gigante do carnaval da Capital, os Imperadores do Samba agitaram o público com o enredo “Somos Filhos de Rainhas e Reis”. O tema abordou histórias e vozes que transcenderam areias do deserto, savanas e florestas.
Os Imperadores ocuparam a avenida com 16 alas, começando pela comissão de frente representada por mulheres fortes e quentes, que protegem e defendem suas comunidades. Já a última ala enfatizou a herança de Zumbi e sua companheira Dandara, líderes do Quilombo dos Palmares. O desfile contornou com três carros alegóricos.
Última escola a desfilar no Carnaval de Porto Alegre em 2024, quase no amanhecer deste domingo, a Realeza apresentou o tema “Alma Negra – Um pedaço da África no Afro-Sul do Brasil”. O enredo reafirmou o compromisso da agremiação em exaltar as manifestações culturais afro-brasileiras, principalmente abordando causas sociais e culturais.
A passagem da escola também contou a trajetória do grupo de música e dança Afro-Sul, celebrando o cinquentenário de uma das instituições referência na defesa e no cultivo da arte afro-brasileira no Rio Grande do Sul.
A Realeza ocupou a avenida com 17 alas e trouxe três carros alegóricos, que ainda prestaram um tributo ao Bloco Afro-Sul Odomode, que leva às ruas centenas de pessoas que festejam as manifestações populares e culturais de origem negra.