Vice-governador palestra para empresários e autoridades em Pelotas

Vice-governador palestra para empresários e autoridades em Pelotas

“Tá na Mesa” contou com empresários, empreendedores e autoridades na sede da Associação Comercial de Pelotas

Angélica Silveira

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O vice-governador do RS, Gabriel Souza, foi o palestrante da reunião-almoço “Tá na Mesa”. O evento contou com empresários, empreendedores e autoridades na sede da Associação Comercial de Pelotas (ACP). O presidente da entidade, Fabrício Cagol, colocou a ACP à disposição para auxiliar no desenvolvimento do Estado.  “Estamos sempre à disposição para desenvolver indústria, comércio e agronegócio no RS. Pode contar conosco da Associação Comercial de Pelotas”, disse.  

O vice-governador abriu a palestra expondo as ideias sobre a questão conjuntural do Estado. Ele lembrou da crise fiscal no início do primeiro governo Eduardo Leite e da pandemia. “O Estado estourou sua capacidade de endividamento em mais de 200% da receita líquida. O que acontece é que quando se gasta mais que arrecada, prejudica toda a sociedade, e até dois anos atrás não tínhamos dinheiro para pagar a folha”, lembrou. 

Souza também reclamou que o Congresso Nacional diminuiu a alíquota de ICMS dos Estados. “Ano passado perdemos R$ 5 bilhões do dia para a noite praticamente de receita, o que atingiu toda a sociedade, pois o então governador Ranolfo Vieira Júnior teve que apertar os cintos”, lamentou. O vice-governador também comentou sobre a instabilidade da situação econômica no país. “Devemos ter o controle dos gastos. Lembrando que tivemos uma pandemia e com o equilíbrio das contas podemos melhorar a vida das pessoas, conseguimos fazer o que fomos eleitos”, destaca. 

Ele apresentou um organograma sobre a mudança demográfica do Rio Grande do Sul. “Agora estamos tendo menos filhos e a população vivendo mais. O formato demográfico tem mudança e temos menos pessoas economicamente ativas. Está diminuindo, com a tendência de diminuir mais ainda, o que impacta na questão econômica e na previdência”, observa. Ele afirma que o RS será um dos primeiros estados a ver a população encolher. “Santa Catarina é o Estado que mais atrai pessoas, e o Rio Grande do Sul não perde gaúchos, mas não está conseguindo atrair pessoas para morar e trabalhar”, observa. Para ele, é necessário investir em capital humano. “Temos menos pessoas no mercado de trabalho. A solução é qualificar o capital humano disponível”, comenta. 

Souza falou sobre os projetos que fazem parte do Gabinete de Projetos Especiais que ele comanda, como o South Summit, a Operação Verão, os programas Jovem Aprendiz, Todo o Jovem na Escola, Professor do Amanhã e 1ª Infância. “O South Summit é um projeto no contexto de inovação. Temos que ter cada vez mais condições de inovar”, exemplifica.

O vice-governador falou que a evasão escolar segue sendo um problema, por isto o governo paga R$ 150 a cada estudante extremamente pobre e que esteja inscrito no CAD Único para que vá a aula. “Este ano estaremos fazendo mudanças neste programa. A bolsa de R$ 150 é para 70 mil jovens que tenham 75% de frequência”, relata. Segundo Souza, a taxa de abandono escolar é de 11% no Estado. “Sempre estamos acima da média nacional, pois está na cultura do gaúcho trabalhar desde cedo. Estamos tendo dificuldade de implantar o ensino em tempo integral”, admitiu. 

O vice-governador falou sobre a falta de professores, principalmente de matemática, e admitiu que a falta de estímulo na carreira e as condições das escolas são empecilhos para que as pessoas se interessem pelo magistério estadual. Ele garantiu que nenhum professor ganha menos que o piso nacional no Estado. “Vamos pagar para que os jovens estudem licenciatura em áreas que o Estado precisa e colocar em ordem as escolas, o que é uma prioridade do governo”, diz. 

Sobre o pânico instaurado nas escolas com o possíveis ameaças de ataques às crianças, o vice-governador garantiu que todas as denúncias serão investigadas. “Informações devem ser passadas para o telefone 181, em vez do grupo de WhatsApp”, solicitou. Para finalizar a palestra, Souza enumerou os investimentos em Pelotas e na Região Sul e afirmou que o dinheiro para isto veio de privatizações e não da arrecadação de impostos que serviram para ajustar o caixa do Governo Estadual. “Entre 2019 e 2022, o Governo investiu em Pelotas mais de R$ 158 milhões em áreas como pavimentação, agricultura, saúde, educação, esporte, assistência social, obras, turismo e inovação. Na região do Corede-Sul, o investimento no mesmo período supera R$ 309,2 milhões”, enumerou. No período, o governo privatizou a CEEE e a Sulgás.


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