“Viva o Centro a Pé” no Shopping Total revela histórias e mistérios do local

“Viva o Centro a Pé” no Shopping Total revela histórias e mistérios do local

Edição de dezembro do projeto passou pelos túneis do shopping e finalizou com a história de carros antigos

Paula Maia

Viva o Centro a Pé no Shopping Total

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Neste domingo, o projeto “Viva o Centro a Pé” trouxe uma edição especial ao Shopping Total, promovendo uma jornada pelos túneis históricos da chaminé da antiga cervejaria e apresentando um fascinante acervo de carros antigos do Veteran Car Club.

A responsável por guiar os passeios foi a gerente de marketing do Total, Silvia Rachewsky. Ela explicou que a ação ocorreu devido a parceria com a Secretaria Municipal da Cultura e Economia Criativa (SMCEC) de Porto Alegre, e que o evento Centro Cultural Total, visa oferecer à comunidade de Porto Alegre e visitantes uma oportunidade de explorar a história desde 1904, com construções marcantes.

Silvia ressaltou que as caminhadas pelos túneis despertam curiosidade e as lendas sobre sua extensão e que a iniciativa teve início antes mesmo da inauguração do shopping, em 2003.

Quando se fala em mostrar os túneis, fica aquele fascínio, porque existe uma história, mas também existem as lendas. A maior lenda é que esses túneis saem lá do Hospital Moinhos de Vento até o Guaíba, se e é verdade ou não, ninguém sabe, porque ninguém escavou até então”, falou.

Durante o caminho pelos túneis com mais de 400 metros de extensão, Sílvia explicou que eles passam por debaixo de diferentes empreendimentos do shopping como o Senac, a casa noturna Cool Club e o Boteco Super Bom.

Silvia também compartilhou planos sobre as expectativas para o local, enfatizando o interesse em integrar mais espaços do empreendimento o que possibilitaria a facilidade de deslocamento entre os estabelecimentos, como ir de um restaurante a outro sem obstáculos. Embora sem uma data precisa, a gerente expressou a intenção de ver o projeto sendo executado em 2024.

Entre os participantes, Carmen de Zorzi estava admirada com o que presenciou. Ao lado de seu esposo, Julio Trindade, ela revelou que eles costumam participar de passeios semelhantes e que ela estava particularmente ansiosa para explorar os túneis.

A aposentada relacionou a sensação de entrar nos túneis como uma viagem no tempo, onde o passado ganhou vida e despertou emoções únicas e difíceis de descrever. Para Trindade, os túneis não apenas representam história, mas também evocam um ar de mistério e intriga, levando-o a imaginar o propósito por trás da construção desses corredores subterrâneos.

“Gostaria de ter acesso ao diário da pessoa que teve a ideia de construir esses túneis para saber o que ele pensava”, revelou Trindade.

O gerente do Boteco Super Bom, Fabio Garcia, afirmou que é maravilhoso trabalhar em um local onde parte de um passado ainda está presente. Garcia contou que os clientes sempre contam histórias sobre os túneis.

“A gente está trabalhando num local onde foi presenciado uma história aqui dentro. Segundo os clientes antigos esse túnel foi fuga de rota na Segunda Guerra, em 1945. Também dizem que por esses túneis vinham embarcações do Guaíba. E que tubulações de água também passavam por aqui. Vários clientes que vêm aqui na casa pedem para olhar, a gente desce com eles. É muito interessante trabalhar num lugar que teve um ponto histórico dessa magnitude”, declarou.

Após o passeio pelos túneis foi a vez de os participantes conhecerem um pouco mais sobre a história dos carros antigos. A exposição do Veteran Car Club ocorre no Shopping Total no terceiro domingo do mês, essa foi a última deste ano.

Entre os modelos em exposição estava uma caminhonete F100 -1962, a primeira fabricada no Brasil com quatro faróis e que já incorporava os guarda-lamas. O colecionador Telmo Ricardo Wollmann contou que o veículo foi adquirido por seu pai, zero quilômetro, para uso na fazenda. Após anos de serviço pesado, a caminhonete acabou ficando destruída e esquecida até que ele decidiu assumir o projeto de restauração, que durou dois anos. Atualmente o veículo é 90% original, mantendo até mesmo o chicote elétrico.

Outra relíquia exposta que chamou a atenção do público foi o Ford modelo T, o primeiro carro popular do Brasil. O proprietário do veículo, o argentino Rodrigo Mário Ruiz, contou que é dono do carro há 15 anos, e quando comprou em um leilão não tinha nem rodas e que a restauração não chegou a durar dois anos.


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