Volume de focos do mosquito Aedes aegypti em Uruguaiana gera alto risco para ocorrência de dengue

Volume de focos do mosquito Aedes aegypti em Uruguaiana gera alto risco para ocorrência de dengue

O acúmulo de lixo descartado em locais inapropriados e descuido com água parada alarmam autoridades

Fred Marcovici

Os depósitos clandestinos de lixo são o ambiente ideal para a proliferação do Aedes aegypti em Uruguaiana

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Os Agentes de Combate a Endemias da Vigilância Ambiental em Saúde da Secretaria de Saúde de Uruguaiana (SMS), concluíram no mês de janeiro último, o primeiro Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) de 2024.

Foram vistoriados 2.261 imóveis em cinco dias, sendo que o índice de infestação predial (IIP) global de focos de dengue foi de 12,3% que é considerado um índice de “alto risco” para a ocorrência de Dengue, Zika Vírus e Chikungunya.

Conforme a médica veterinária Laura Massia, responsável pela Vigilância Ambiental em Saúde da SMS, um dos fatores que preocupa a população é o acúmulo de lixo em áreas urbanas, principalmente, restos de materiais deixados pelas enchentes e outros descuidados.

Na realização do LIRAa, o município é dividido em cinco estratos com 8,1 mil a 12 mil imóveis cada um.

O estrato I – reúne os bairros Centro, Mascarenha de Moraes e Bela Vista, no II – estão os bairros Francisca Tarragó, Nova Esperança, Prolar e Promorar I, João Paulo II e Cabo Luiz Quevedo, no estrato III estão os bairros Alexandre Zachia, Rio Branco, São Miguel, Vila Júlia e São Domingos, o IV abrange a União das Vilas, Aeroporto, Charqueada, Tellechea, Rui Ramos, Cidade Alegria e Cohab II, e por último, no estrato V que inclui o Jockey Clube, Santo Inácio, Santana, Cidade Nova e São João.

No LIRAa de janeiro de 2024, todos os cinco estrados do município apresentaram índice de infestação predial maior do que 3,9% que já considerado de alerta.

O estrato I apresenta um índice de 14,7%; o II 7,3%; o III 11,3%, o IV 12,3% e o maior deles o V com 16,6%.

O tipo de criadouro com o maior número de focos foi o de depósitos móveis que podem ser vasos, frascos com água, pratos, garrafas, potes e similares, com 52,8% do total de criadouros encontrados no município.

Os depósitos como pneus, câmaras de ar e manchões somam 20,4% do indicie de infestação.

No total, foram encontrados pelo menos 343 focos de dengue no município, distribuídos entre os bairros visitados.

Laura destaca que são realizados quatro LIRAa’s por ano.

Levando-se em consideração os tipos de criadouros encontrados na análise desenvolvida, devem ser intensificadas as ações de ampliação de informações sobre a importância da eliminação mecânica dos focos.

Evitar o cultivo de plantas em vasos com água, deixar água parada em baldes e potes de plásticos, substituir a água e escovar os bebedouros dos animais, manter tonéis com água bem tampado, colocar tela em ralos e caixas de inspeção, destinar corretamente pneus ou mantê-los secos e cobertos, colocar no lixo todo o objeto descartado que possa acumular água e colocar dejetos em lixeiras bem tampadas.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895