Se você for em algum mercado de Lisboa e procurar uma lata de sardinha deve encontrar com diferentes valores, mas variando, normalmente, entre 2 euros (algo como R$ 13,00). Porém, próximo à turística Praça do Comércio, está localizada uma das lojas do "Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa". Nela, a latinha da iguaria tradicional do país é encontrada por valores de 7 euros a 13 euros, entre as mais simples. Na conversão simples, algo entre R$ 45 e R$ 84. O ticket médio de compras nas lojas da marca é de 35 euros (cerca de R$ 225). E qual a diferença entre os dois itens? E principalmente, o que as torna tão diferentes no mercado?
As respostas não são únicas, mas seguem uma proposta específica. Tornar um item que era comum, porém, pouco valorizado na cultura portuguesa, agregar valor histórico, atrair clientes com produtos diferenciados e o envolvimento efetivo da equipe. Resultando assim, no que a diretora de Marketing, Sonia Santiago, denomina de construção de um trabalho consistente e uma comunicação de marca forte.
A loja do produto, no caso da lata de sardinha, integra o grupo "O Valor do Tempo", que atualmente diversificou a sua cartela de produtos, passando pelo bolinho de bacalhau a joias, entre outros itens. O trabalho da rede focou na geração de valor para os seus negócios. Esse valor, como o nome mesmo diz, está baseado na valorização histórica de Portugal. Nas suas raízes. Esse conceito resultou na fundação da empresa e na sua expansão e reconhecimento como marca.
Por exemplo, a embalagem. Não são simplesmente latas. Todas elas trazem forte identidade visual, algumas são temáticas com imagens de Portugal, outras trazem um toque vintage ou ainda simulam "barras de ouro", trazendo um produto que "vale ouro". E, claro, a diversificação fez com que haja outros itens nas latinhas para além da sardinha, como tipos de peixes e outros frutos do mar.
Em Lisboa, latas de sardinha simulam barras de ouro
| Foto: Mauren Xavier / Especial / CP
Sonia Santiago reconhece que o preço dos produtos faz com que ele atinja um nicho. Mas reconhece que a experiência do consumidor (ou de quem ganha os itens como presentes) são duradouros.
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Sobre a experiência, um dos cases que agregou valor à tal latinha de sardinha foi uma sugestão de um cliente, por exemplo. Ele teria dito que gostaria de dar de presente uma lata de sardinha que trouxesse a data do aniversário do pai. Isso porque na época havia um modelo, mas com a data do ano apenas. A sugestão foi incorporada e, atualmente, a loja oferece latas com datas desde 1916. "É um sucesso de venda. Virou um souvenir", ressaltou a diretora, durante visita técnica da equipe que integra a missão empresarial da Fecomércio a Lisboa, nesta terça-feira.
