Governo do RS anuncia estratégias de descarbonização e lança edital para atrair projetos de hidrogênio verde

Governo do RS anuncia estratégias de descarbonização e lança edital para atrair projetos de hidrogênio verde

Com investimento de R$ 102,4 milhões, chamada pública busca receber projetos que contribuam para viabilização da produção, transmissão, armazenagem e uso do hidrogênio verde no estado

Correio do Povo

Governo do RS faz o lançamento das estratégias de Descarbonização do RS. No palco, Artur Lemos (Casa Civil), governador Eduardo Leite e Marjorie Kauffmann (Meio Ambiente e Infraestrutura)

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O Governo do Rio Grande do Sul lançou, nesta segunda-feira, um edital de chamada pública para atrair indústrias e projetos voltados para a cadeia produtiva de hidrogênio verde. Com investimento de R$ 102,4 milhões, cada projeto poderá receber até R$ 30 milhões.

O lançamento aconteceu no Cais Mauá, com a participação do governador Eduardo Leite, do secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, e da titular da Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marjorie Kauffmann, que também lançaram uma cartilha distinta a estratégias de descarbonização com projetos para reduzir os impactos ambientais.

O edital de chamada pública visa contribuir para a cadeia produtiva de hidrogênio verde (H2V) no Estado, com soluções voltadas para produção, transmissão, armazenamento e uso da fonte energética de baixa emissão de carbono. A iniciativa deve ser realizada em parceria com a agência de fomento Badesul e faz parte do Programa de Desenvolvimento que visa desenvolver a cadeia produtiva, apoiar empreendimentos, propor e implementar políticas públicas para o setor no Estado.

Os projetos devem ser localizados em áreas que contenham abundância de água, considerando que o hidrogênio verde (H2V) é produzido pela eletrólise da água, utilizando eletricidade gerada a partir de fontes de energia renováveis ​​– como a solar, a eólica e a hidrelétrica. O processo separa as moléculas de água em hidrogênio e oxigênio, por meio da aplicação de uma corrente elétrica. A produção ocorre, portanto, sem a emissão de carbono.

Sustentabilidade como desenvolvimento econômico

Leite destaca esse investimento como oportunidade de desenvolvimento econômico e para que o Estado torne-se referência na cadeia do hidrogênio verde. Também, a importância da participação do poder público para auxiliar nos custos dos projetos.

"Todos nós somos conscientes da importância de nos movermos em direção à energia sustentável, menos ou sem emissões de carbono, mas esse processo de transição com desenvolvimento tecnológico gera custos que muitas vezes não são suportáveis ​​pelo setor privado sozinho. Entra justamente o poder público ajudando a promover esse desenvolvimento tecnológico até que a gente consiga gerar um meio de escala que permita ao setor privado fazer o seu próprio desenvolvimento com seus recursos", afirma.

Lemos avalia que o Rio Grande do Sul, em comparação com outros estados brasileiros, tem o diferencial da demanda da indústria local. “Nesse momento que a gente tem dificuldades logísticas de exportação desse insumo, o uso de subsidiárias locais a iniciativa de ter plantas de produção para uso no nosso Estado”, explica. Leite complementa que a indústria do Estado, principalmente dos fertilizantes e biocombustíveis, ajudaria a sustentar preços competitivos até haver perspectiva de possibilidades de exportação.

Requisitos

As inscrições para o edital durarão apenas um mês: de 16 de junho a 16 de julho, e os projetos terão prazo de até 24 meses para execução. Serão elegíveis por pontuação, levando em conta o processo produtivo industrial, com inovações de equipamentos na linha de produção; que busca inovação de consumo para atividade industrial e mobilidade verde no transporte na linha de produção, de carga e transporte de passageiros.

A exigência é que a empresa tenha CNPJ registrado no Rio Grande do Sul e seja economicamente ativa. Aglomerados de empresas também são elegíveis a partir da associação de empresas nacionais e internacionais interessadas em desenvolver projeto colaborativo com alguma empresa gaúcha. A produção deve acontecer obrigatoriamente no RS.

Descarbonização

No evento, também foi lançada uma cartilha de descarbonização, que trouxe informações sobre a importância da redução das emissões de carbono, com estratégias para reduzir os impactos ambientais.

As estratégias apresentadas por Lemos trataram de cinco pilares, baseados em recursos naturais, ambiente de negócios, infraestrutura, capital humano e inovação. As ações são externas ao fomento do programa de Hidrogênio Verde (H2V) e realização do Masterplan – plano de estudo com consultoria japonesa – , autorizado para empresas de zero carbono, subsídios para consumidores com energia limpa, política de educação ambiental e parcerias nacionais e internacionais.

A titular da Secretaria do Meio Ambiente também tratou de programas e projetos desenvolvidos dentro da pasta que têm relação com a transição energética e econômica. Entre eles, a instalação da matriz elétrica no Estado, com energia hídrica, solar, eólica, térmica fóssil e térmica de biomassa; o Programa Biogás RS, o Plano de Transição Energética Justa, de restauração florestal obrigatória, comissões de questões de serviço ao meio ambiente, ferramenta de diagnóstico climático entre municípios.

“O momento hoje é para que as pessoas possam fomentar o hidrogênio verde, mas também popularizar esse tema e poder entregar à população o entendimento de onde estamos dentro dessa nova cadeia econômica, que é limpa e que descarboniza o mundo e que já vem sendo trabalhada”, afirma Marjorie.

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