Ibovespa fecha em forte queda com indefinição de equipe de Lula

Ibovespa fecha em forte queda com indefinição de equipe de Lula

No exterior, preço do petróleo cai em sessão instável, com sinais mistos sobre a Covid-19 na China, a maior importadora mundial

AE

No exterior, preço do petróleo cai em sessão instável, com sinais mistos sobre a Covid-19 na China, a maior importadora mundial

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O Ibovespa se inclinou a uma realização de lucros nesta abertura de semana após ter avançado 3,16% no período anterior. Nesta segunda-feira, cedeu 2,38%, aos 115.342,40 pontos, tendo tocado na máxima intradia da última sexta os 120 mil pontos e fechado a semana um pouco acima dos 118 mil. Hoje, saiu de abertura aos 118.148,47 e chegou a mostrar leve ganho na sessão, aos 118.239,86 no pico do dia, antes de se firmar em baixa, com mínima a 115.220,95 pontos perto do encerramento. O giro financeiro ficou em R$ 36,9 bilhões nesta primeira sessão da semana. No mês, o Ibovespa tem leve perda de 0,60%, e avança agora 10,04% no ano.

O mercado acompanha de perto as discussões em torno da equipe de transição e da formação do futuro governo, bem como da PEC e de medidas de passagem para a próxima administração, com foco nos efeitos fiscais. Com Henrique Meirelles em baixa nas apostas para a Fazenda, e Fernando Haddad em alta, os investidores em ações optaram por colocar dinheiro no bolso nesta segunda-feira, positiva no exterior, realizando por aqui parte dos lucros acumulados na semana que sucedeu a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Embora se reconheça que o próximo ocupante do ministério-chave do governo precise ter boa capacidade de articulação política junto a Congresso no qual não se terá - pelo menos a princípio - maioria, as credenciais fiscalistas têm sido uma exigência crescente do mercado em meio a dúvidas quanto ao custo do pagamento de promessas de campanha. Em outras palavras, qual será o volume de gastos além do teto para 2023, ano em que se concederá uma regra de exceção para despesas adicionais, aceitas inclusive pelo mercado desde que se ancorem expectativas para 2024.

No cenário externo, os números do mercado de trabalho nos Estados Unidos, divulgados na última sexta-feira, mostram ainda uma situação "bem estreita" que dá "mais poder de fogo ao Fed", observa Simão, da Legend, considerando também a recente indicação do BC americano, na decisão sobre juros da última quarta-feira, de abrir a porta para um ritmo menor de elevação da taxa de referência em dezembro, em meio ponto porcentual, mas com uma extensão de ciclo de alta ainda indefinida.

Ainda na semana passada, antes mesmo do fechamento do período, "teria uns 3% pro Ibovespa corrigir", diz Luiz Adriano Martinez, portfólio manager da Kilima Asset. O espaço um pouco mais dilatado para realizar decorreu, contudo, de dois fatores positivos desde a noite de quarta-feira, um feriado que evitou que a B3 se conectasse à pressão vista em Nova York após a decisão e os sinais sobre a política monetária americana emitidos no dia 2 pelo Federal Reserve: o esvaziamento dos bloqueios nas estradas brasileiras e o início, de fato, do governo de transição.

Tal combinação de fatos contribuiu para afastar de vez a hipótese extrema, de ruptura institucional, ou mesmo a de contestação do resultado, o que poderia estender a eleição por um "terceiro turno". Na B3, apesar das recentes razões para volatilidade, tal métrica permanece baixa pelo padrão histórico, em torno de 18% frente a 25% da média histórica, observa Nicolas Merola, analista da Inv. Ele cita também, como fator positivo, a recuperação recente em ações com Beta mais elevado, aquelas que costumam amplificar o grau respectivo de correção em relação ao índice, e das 'small caps', ações com menor capitalização de mercado.

Dólar

Após encerrar a semana passada com perdas de 4,49%, o dólar subiu mais de 2% na sessão desta segunda-feira, 7, e voltou a fechar acima da linha de R$ 5,15, na contramão do sinal predominante de baixa da moeda americana no exterior. Profissionais do mercado atribuíram a depreciação do real a um movimento de ajuste e realização de lucros, em meio a especulações em torno do nome do ministro da Economia do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e da confecção da chamada PEC da Transição.

Tirando uma queda pontual e bem limitada pela manhã, quando desceu até a mínima de R$ 5,0474 (-0,29%), a moeda operou em alta ao longo do pregão. Após passar à tarde trabalhando ao redor de R$ 5,12, o dólar arrancou nos minutos finais da sessão e renovou sucessivas máximas, em sintonia com o tombo do Ibovespa, até atingir R$ 5,1729. No fim do dia, era cotado a R$ 5,1729, avanço de 2,19%. Com isso, passou a acumular ligeira alta no mês (+0,14%).

Juros

Após encerrar a semana passada em movimento de "flattening", a curva de juros voltou a ganhar inclinação nesta segunda-feira essencialmente em razão da cautela sobre a formação da equipe econômica do novo governo e expectativa para a apresentação da PEC da Transição.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 voltou a rodar na casa de 13%, o que não era visto desde 21 de setembro (13,08%), fechando hoje em 13,035% (regular e estendida), de 12,938% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 11,91% (regular) e 11,90% (estendida), de 11,72%, e a do DI para janeiro de 2027 fechou a 11,73% (regular) e 11,72% (estendida), de 11,46%.

As taxas já subiam desde a abertura nesta segunda-feira em que Lula começou efetivamente a participar da transição, após período de descanso na Bahia. A equipe lhe apresentou a proposta que pressupõe um 'waiver' para gastos acima do teto no ano que vem a fim de acomodar as principais promessas de campanha para ser avalizada.


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