Inadimplência de pessoas físicas atinge níveis recordes em março no RS

Inadimplência de pessoas físicas atinge níveis recordes em março no RS

Estado alcança a marca de mais de 217 mil pessoas inadimplentes, segundo o indicador da CDL Porto Alegre

Correio do Povo

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O Indicador de Inadimplência da CDL Porto Alegre, com base em dados da Equifax | Boa Vista no RS, mostra os percentuais de inadimplentes entre pessoas físicas alcançaram suas máximas históricas em março de 2025. Cenário sinaliza dificuldades crescentes para o equilíbrio financeiro das famílias. A situação entre as empresas também é complexa, uma vez que o termômetro para PJ's em nível estadual praticamente igualou seu recorde verificado no mesmo período do ano passado.

Entre as pessoas jurídicas, o índice subiu pela quinta vez consecutiva no Rio Grande do Sul, alcançando 14,71%, praticamente igual constatado em março de 2024 (14,72%). Em Porto Alegre, o indicador chegou a 15,09%, alcançando a terceira alta seguida. Ao todo, são 217.532 empresas negativadas no Estado, sendo 35.788 somente na Capital, conforme estimativas baseadas na ferramenta Mapa das Empresas do Governo Federal.

Já no caso das pessoas físicas, o índice de inadimplência atingiu 34,06% no RS e 34,46% em Porto Alegre, os maiores patamares desde o início da série histórica em fevereiro de 2022. Os números cresceram pelo nono mês consecutivo e superam, inclusive, os percentuais observados no período anterior à crise climática de 2024.

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De acordo com o economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank, o avanço da inadimplência nas empresas indica riscos relevantes para o futuro da atividade econômica no RS. “O aumento do número de CNPJ’s com restrições de crédito limita os investimentos, a geração de empregos e a compra de insumos. É um cenário que prejudica o crescimento da economia como um todo”, explica.

Frank também chama a atenção para os fatores que agravam esse quadro, como os custos elevados no atacado, a manutenção de juros altos e as incertezas no comércio internacional. “Em ambientes como o atual, é natural que os agentes adotem uma postura mais cautelosa, postergando decisões até que se tenha mais clareza a respeito do futuro”, complementa.

No que diz respeito às famílias, o economista avalia que, embora o mercado de trabalho siga aquecido e o governo tenha adotado diversas medidas de estímulo à renda, há pontos de atenção importantes. “A inflação pressiona o orçamento doméstico, e os juros elevados encarecem o crédito, dificultando ainda mais a organização das finanças pessoais. Ainda é necessário observar até que ponto os problemas na safra de verão tendem a reverberar negativamente sobre os indicadores, especialmente no interior do estado”, analisa.


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