Subcomissão do Senado aponta atraso na educação com cortes de recursos nos últimos anos

Subcomissão do Senado aponta atraso na educação com cortes de recursos nos últimos anos

Consultor da Câmara avalia que educação perder R$ 74 bilhões com o teto de gastos

Correio do Povo

Flávio Arns apontou riscos para a área com sequência de cortes

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As despesas e os investimentos na educação pública brasileira vêm diminuindo desde 2016 e a recuperação do segmento deverá ser lenta, segundo debatedores que participaram recentemente de audiência pública na Subcomissão Temporária para Acompanhamento da Educação na Pandemia, no Senado. O senador Flávio Arns (PR) disse que a área sofreu “severos cortes” nos últimos anos e que os investimentos precisam ser urgentemente retomados.

O presidente da Associação Nacional de Pesquisadores em Financiamento da Educação (Fineduca), Nelson Cardoso do Amaral, declarou que a recuperação da educação precisará de uma coordenação nacional. O dirigente citou dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) mostrando que os investimentos públicos nessa área ficaram em 5,4% em 2020. Segundo Amaral, essa porcentagem, porém, já deveria estar em 7% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme metas do atual Plano Nacional de Educação (PNE). O plano determina que o investimento deveria aumentar progressivamente até atingir 10% do PIB em 2024.

O consultor de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados, Claudio Riyudi Tanno, enfatizou que o teto de gastos públicos restringe o crescimento dos investimentos na educação pública. “Na vigência do teto, a função educação perdeu R$ 74 bilhões. (...) é um desmonte das dotações orçamentárias da educação (...) A Emenda 95 tem inviabilizado a manutenção e a expansão das políticas educacionais.”

O economista e ex-diretor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Jorge Abrahão de Castro, apontou que os investimentos nesse âmbito aumentaram constantemente de 1995 a 2015, quando então começaram a cair. O debatedor igualmente sustentou que o teto de gastos impede mais investimentos e que também houve perdas nas áreas de  ciência e tecnologia no país. Já o senador Wellington Fagundes (MT), que é o relator da área da educação no Orçamento 2023, garantiu que os parlamentares, ao votarem a peça orçamentária, vão buscar priorizar mais investimentos no ensino no ano que vem.
 




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