Assembleia dos rodoviários de Porto Alegre define hoje se greve inicia nesta terça

Assembleia dos rodoviários de Porto Alegre define hoje se greve inicia nesta terça

Categoria se reunirá após sessão na Câmara que prevê a retirada gradativa de cobradores dos ônibus

Christian Bueller

Categoria se reunirá após sessão na Câmara que prevê a retirada gradativa de cobradores dos ônibus

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O Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre espera o resultado da votação na Câmara de Vereadores, que deve ocorrer nesta segunda-feira, do projeto da prefeitura que, entre outras coisas, prevê a retirada gradativa de cobradores das linhas de ônibus. Uma assembleia da categoria no Legislativo municipal, após a sessão, vai definir se a operação padrão que tranca as garagens em até 70% da frota começa nesta terça-feira ou não, um dia depois do protesto em que os manifestantes chegaram a deitar no chão na saída do túnel da Conceição em direção à Rodoviária.

Segundo o presidente do sindicato, Adair da Silva, a greve começa em tempo indeterminado para terminar. “Protocolamos edital no Ministério do Trabalho na última quinta-feira. Podemos fazer manifestações sem sermos punidos pelas empresas”, explica. A publicação respeita a lei 7.783/89, que determina um aviso com 72 horas de antecedência para qualquer tipo de paralisação. A sessão já começou na Câmara. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) não se pronunciou sobre quais medidas tomaria enquanto a greve não se confirma de fato. 

A Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP), diz entender que o direito à manifestação é legítimo, entretanto destaca que “ele não pode interferir no direito de ir e vir da população”. A entidade rechaça a alegação de que haveria a extinção da atividade de cobrador. “A informação é inverídica e não haverá demissões. Conforme o projeto de lei do Executivo, as empresas apenas estariam autorizadas a não repor o profissional em caso de rescisão do contrato de trabalho por iniciativa do funcionário, interrupção ou suspensão do contrato de trabalho, demissão por justa causa, falecimento e aposentadoria”. 

O projeto também prevê que não haveria obrigatoriedade da presença do cobrador em dias de passe livre, domingos e feriados e das 22h às 4h. “Situações em que há baixa ou menor demanda. A entidade reitera, portanto, que qualquer alteração envolvendo a função deverá ocorrer de forma gradual”, encerra a nota da ATP.

O projeto

O pacote com cinco projetos que alteram radicalmente o transporte público de Porto Alegre é classificado pelo Governo como uma necessidade de ação. Gestado desde maio de 2019, as medidas impactam diretamente na tarifa e visam dividir mais a conta com a população. Para isso, as propostas incluem criação de novas taxas voltadas aos motoristas e empresas de aplicativo de carros, até uma mudança no sistema da EPTC.

O secretário municipal extraordinário de Mobilidade, Rodrigo Tortoriello afirmou que a elaboração de uma nova matriz tarifária surgiu no primeiro semestre do ano passado, quando o prefeito Nelson Marchezan Júnior pediu que ele encontrasse uma forma de reduzir R$ 1 o preço da passagem. A gestão municipal projeta que a tarifa do ônibus seja de R$ 2 a partir de 2021 e não sofra nenhum reajuste neste ano.

Duas das medidas são as mais polêmicas: a que propõe taxação das corridas de aplicativos e a cobrança para motoristas que venham de outras cidades. Sobre a taxação dos aplicativos, Tortoriello afirmou não temer que a medida tire a competitividade ou inviabilize o negócio. Ele garante que não serão os profissionais os responsáveis por pagar R$ 0,28 por quilômetro rodado, mas, sim, as empresas.


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