ATP e empresas repudiam declarações de Fortunati sobre greve

ATP e empresas repudiam declarações de Fortunati sobre greve

Prefeito cogitou a possibilidade de paralisação ter sido combinada entre rodoviários e companhias

Correio do Povo

ATP e empresas criticaram postura de Fortunati sobre greve

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A Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) e o Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa) publicaram uma nota de repúdio às declarações do prefeito José Fortunati na tarde desta terça-feira. Pela manhã, o chefe do Executivo municipal cogitou a possibilidade de a greve dos rodoviários ter sido combinada entre trabalhadores e empresas. 

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No documento divulgado à imprensa, ATP e Seopa afirmaram que afirmações de Fortunati foram "inverídicas" e de que pelo menos quatro reuniões foram realizadas com os operários. Os representantes das empresas também alegaram que está tentando "construir" uma proposta no "limite da realidade econômica e financeira". 

À Rádio Guaíba, Fortunati descartou aumentar o preço das passagens de ônibus em Porto Alegre para acabar com a greve dos rodoviários e ainda levantou a hipótese de a paralisação ser combinada: “Tenho na minha bagagem inúmeras greves e não vi nenhuma tão estranha quanto essa. Hoje, na frente das garagens, só há piquetes na Carris, não tem ninguém nas outras empresas. Os trabalhadores normalmente vão para frente das garagens e o que estamos vendo é uma lua de mel. Isso é muito estranho”.

Confira a nota na íntegra

A ATP e SINDICATO DAS EMPRESAS DE ÔNIBUS DE PORTO ALEGRE vem a público esclarecer a verdade dos fatos quanto a afirmações inverídicas feitas pelo senhor prefeito José Fortunati.

1) Os permissionários do serviço público realizaram quatro reuniões de negociação com os trabalhadores para construir, no limite da nossa realidade econômica e financeira, uma proposição de reposição com INFLAÇÃO DO PERÍODO usando como indexador o INPC;

2) A última reunião foi realizada no dia 24 de janeiro de 2014 no Ministério Público do Trabalho na qual nossas entidades mantiveram sua proposição aos trabalhadores;

3) Nesse encontro estavam presentes além das entidades já referidas os representantes da Prefeitura e da EPTC;

4) Na oportunidade a ATP e Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre defenderam a manutenção de 100% (cem por cento) da frota de ônibus em circulação nos horários de pico para atender os cidadãos de nossa capital. Portanto, de nossa parte nunca houve ACORDO EM RELAÇÃO AOS 30% de utilização da frota;

5) A proposição dos 30% da frota foi uma iniciativa dos trabalhadores e que NÃO FOI QUESTIONADA pelos representantes da PREFEITURA que administra a CARRIS e EPTC;

6) Nos causa estranheza as afirmações do ex-sindicalista e Prefeito Municipal que o bom seria que tivéssemos piquetes e obstrução das garagens e insinua que o melhor seria um clima de baderna e depredações. Talvez o chefe do Executivo Municipal queira estimular a depredação e miguelitos e não conversação pacífica;

7) A PREFEITURA é o poder concedente e FAZ PARTE SIM da solução do impasse criado e é sua tarefa mediar tal situação em prol de não causar prejuízos aos mais de 530 mil porto-alegrenses que ficaram impedidos de exercer o seu direito de ir e vir;

8) O poder concedente não mostrou qualquer preocupação e desde o ano passado tem sido mero assistente dos impasses que surgiram;

9) O que as empresas de ônibus de Porto Alegre estão fazendo é respeitar o direito constitucional garantido aos trabalhadores de exercer a greve de acordo com o a Lei, pois do contrário estaríamos incorrendo em prática antissindical. Outrossim não abdicaremos dos direitos que esta mesma Lei de Greve nos confere;

10) Por último repudiamos as afirmações do Prefeito e PEDIMOS DESCULPAS aos nossos clientes e a toda sociedade por essa situação dramática que todos vivenciamos em nossa cidade. 



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