Imperadores do Samba pede apoio aos vereadores para ficar na Padre Cacique

Imperadores do Samba pede apoio aos vereadores para ficar na Padre Cacique

Escola teme ser retirada do local, que atualmente é cedido pela prefeitura

Correio do Povo

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“O Carnaval e a Imperadores não podem ter como legado da Copa de 2014 a exclusão”. Esta afirmação foi feita na quinta-feira, na Câmara Municipal de Porto Alegre, por Érico Leoti. Representante da Escola Imperadores do Samba, Leoti falou ao plenário do Legislativo da Capital no espaço da Tribuna Popular, durante a sessão ordinária. “Precisamos do apoio desta Casa para a regulamentação dos espaços das escolas de samba”, reivindicou ele ao dizer: “A cultura popular depende do apoio público”.

Em sua manifestação, Leoti justificou que Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado em 2013 pela Imperadores do Samba, considerou o momento vivido, em preparação da cidade para sediar jogos da Copa do Mundo de 2014. Este mesmo TAC, como citou o orador, está sendo atualmente usado como argumento para que a escola seja retirada de seu local, na Avenida Padre Cacique, próximo ao Estádio Beira-Rio, por descumprimento de itens previstos. “Era um contexto de expectativas positivas”, afirmou.

Conforme Leoti, as tratativas incluídas na reformulação do complexo Beira-Rio incluíam a instalação do complexo cultural do samba, com aparelhos de isolamento acústico modernos para as quadras das escolas. “Poderíamos executar atividades sem perturbar o sossego dos vizinhos”, disse, ao citar que as licenças ambientais foram aprovadas. O representante da Imperadores recordou ainda que o uso das quadras das escolas são uma das principais fontes de renda para as agremiações poderem realizar o Carnaval.

“Temos por princípio básico de convivência a harmonia com os vizinhos”, falou Leoti ao recordar que a Imperadores está na Padre Cacique há 30 anos. “Fomos para lá depois de processo semelhante ao presenciado agora”. Conforme o carnavalesco, a agremiação tinha sua sede na Avenida Ipiranga, mas por reclamações, veio para as proximidades do Beira-Rio, em local onde ainda não havia quase nada. “A cultura popular e o carnaval têm na música sua essência”, explicou ainda ao citar um dos motivos das queixas, o barulho.

Leoti também destacou o fato de que, com as reformas do Beira-Rio, a Imperadores perdeu a maior parte da área de sua quadra que tinha cobertura. Atualmente, para suas atividades de ensaios, é necessário o aluguel de lona de cobertura que tem um custo de R$ 4 mil ao mês. Segundo ele, a questão do TAC está sendo discutida judicialmente. “Mas entendo como necessário o apoio desta Casa para regulamentar os espaços das escolas e o fomento à cultura afro-brasileira”, destacou.“Peço que os vereadores tratem desse assunto em seu dia a dia””, completou.

Ainda em seu pronunciamento, Leoti igualmente criticou ação da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic), que está pedindo o fim da cedência do espaço para a escola, alegando a falta de alvará. “Inadmissível ter que se defender por não ter um alvará que a própria prefeitura não dá”, revelou, ao lembrar que outras escolas têm alvarás como lancherias, bares ou casas noturnas. “São inadequados”, argumentou, salientando não existir alvará para a atividade Escola de Samba.

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