Justiça decide que réus do caso Kiss vão a júri popular
Decisão foi divulgada nesta quarta-feira
publicidade
"As versões defensivas, embora possam existir, não restaram demonstradas de forma cabal, uníssona, numa única direção para que possam subtrair o julgamento pelo Conselho de Sentença", considerou o magistrado em decisão de 195 páginas.
Caberá ao Conselho de Sentença, formado por sete jurados, decidir se os quatro são culpados ou inocentes das acusações. Os réus foram acusados pelo crime de homicídio com dolo eventual (quando a pessoa assume o risco de causar a morte), qualificado por meio cruel (fogo e asfixia) e motivo torpe (ganância) das 242 vitimas fatais, além de tentativas de homicídio dos mais de 600 feridos no incêndio.
Três anos da tragédia
Nesta quarta-feira são lembrados 3 anos e 6 meses do incêndio da boate Kiss em Santa Maria. Uma vigília ocorre em uma tenda montada por familiares das vítimas da tragédia, que fica na Praça Saldanha Marinho, no Centro. Segundo o presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia (AVTSM), Sérgio Silva, a programação consta de orações, momentos de reflexão com a participação da professora Maria da Graça. Às 18h será realizado o tradicional minuto do barulho.
Tragédia
O incêndio na boate Kiss – que ficava na Rua dos Andradas, Centro de Santa Maria – começou por volta das 2h30min da madrugada de 27 de janeiro de 2013. Dos que participavam de uma festa organizada por estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), 242 morreram em decorrência do fogo.
Segundo testemunhas, o fogo teria começado quando um dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que acabara de subir ao palco, lançou um sinalizador. O objeto teria encostado na forração da casa noturna. As pessoas não teriam percebido o fogo de imediato, mas assim que o incêndio se espalhou, a correria teve início. Conforme relatos, os extintores posicionados na frente do palco não funcionaram.
Em pânico, muitos não conseguiram encontrar a única porta de saída do local e correram para os banheiros. Aqueles que conseguiram fugir em direção à saída, ficaram presos nos corrimãos usados para organizar as filas. A boate foi tomada por uma fumaça preta e as pessoas não conseguiam enxergar nada. A maioria morreu asfixiada dentro dos banheiros ou na parte dos fundos da boate.