Laudos confirmam asfixia em vítimas de incêndio na boate Kiss

Laudos confirmam asfixia em vítimas de incêndio na boate Kiss

Polícia Civil recebeu seis novos documentos que apuram as causas das mortes

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Incêndio na boate Kiss causou 241 mortes

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A Polícia Civil recebeu mais seis resultados de necropsias realizadas em vítimas do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, no Centro do Estado. Os laudos do Instituto Geral de Perícias (IGP) determinaram que a causa das mortes foi inalação de monóxido de carbono e cianeto. As mesmas substâncias haviam sido encontradas no sangue das duas primeiras vítimas examinadas. Assim, fica comprovado que as mortes ocorreram por asfixia.

O titular da 1ª Delegacia de Polícia do município, delegado Marcos Vianna, fala que a expectativa é receber nos próximos dias os resultados restantes, bem como o laudo da perícia feita na boate. Até o momento, quatro investigados no inquérito foram presos preventivamente: os proprietários da Kiss Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, e os integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos.

Nessa quarta-feira, o advogado de Marcelo, Omar Obregon, requereu na Justiça o afastamento do delegado Marcelo Arigony do caso. Conforme ele, o policial estaria envolvido emocionalmente, em razão de ter perdido uma sobrinha na tragédia que matou 241 pessoas, o que estaria prejudicando seu trabalho na investigação.

241ª vítima será sepultada nesta sexta

A estudante Driele Pedroso Lucas, de 23 anos, a vítima de número 241 da tragédia, deverá ser sepultada em Santa Maria nesta sexta-feira. O corpo será transladado para a cidade e deve chegar às 21h ao local. O velório será no necrotério do Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo. Não existe, ainda, a definição do horário do sepultamento.

A jovem estava internada no Hospital Mãe de Deus e a morte dela foi confirmada na manhã desta quinta-feira. A irmã de Driele, Ritiele Pedroso Lucas, de 19 anos, continua internada no mesmo hospital.

A tragédia

O incêndio na boate Kiss – que fica na Rua dos Andradas, Centro de Santa Maria – começou por volta das 2h30min da madrugada de 27 de janeiro. O público participava de uma festa organizada por estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Segundo testemunhas, o fogo teria começado quando um dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que acabara de subir ao palco, lançou um sinalizador. O objeto teria encostado na forração da casa noturna. As pessoas não teriam percebido o fogo de imediato, mas assim que o incêndio se espalhou, a correria teve início.
Conforme relatos, os extintores posicionados na frente do palco não funcionaram.

Em pânico, muitos não conseguiram encontrar a única porta de saída do local e correram para os banheiros. Aqueles que conseguiram fugir em direção à saída, ficaram presos nos corrimãos usados para organizar as filas. A boate foi tomada por uma fumaça preta e as pessoas não conseguiam enxergar nada. A maioria morreu asfixiada dentro dos banheiros ou na parte dos fundos da boate.

Com informações de Renato Oliveira e Camila Kila

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