Média de casos da Covid-19 avança e isolamento segue abaixo da meta em Porto Alegre

Média de casos da Covid-19 avança e isolamento segue abaixo da meta em Porto Alegre

Pressão no sistema de saúde da Capital cresceu nos últimos dias

Correio do Povo

A média diária de novos casos em Porto Alegre após a primeira flexibilização é de 86. Antes, a Capital registrava uma média de 15 casos a cada 24 horas

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A média de casos novos de Covid-19 em Porto Alegre tem crescido, ao mesmo tempo em que a meta de isolamento social, de 55%, não tem sido alcançada. A situação, que culmina também em uma forte pressão sobre o sistema de saúde da Capital, pode levar a cidade ao lockdown nos próximos dias. 

Se no dia 20 de maio, data em que foram anunciadas flexibilizações nas medidas de restrição, Porto Alegre totalizava 26 mortes, nesta segunda-feira, este número já chega a 225 vítimas fatais do coronavírus. Em infectados, o avanço é ainda mais expressivo, totalizando 5.227 novas infecções no período. 

A média diária de novos casos em Porto Alegre após a primeira flexibilização é de 86. Antes, a Capital registrava uma média de 15 casos a cada 24 horas.

Ao contrário do número de novas infecções, a taxa de isolamento social vem se mantendo estável e inferior aos 55% solicitados pela prefeitura no "Desafio Porto Alegre". De março até 20 de maio, Porto Alegre teve uma média de 58% de adesão ao distaciamento social, número acima do proposto. Inclusive, o índice chegou a superar a marca dos 55% treze vezes até a data da primeira flexibilização. De maio pra cá, a média de adesão foi de 48%, inferior ao orientado pelo executivo municipal e, ao contrário dos primeiros meses de pandemia, somente em quatro ocasiões o índice esteve acima desta marca.

Sessenta dias atrás, Porto Alegre reabria significativamente pela primeira vez

Quando Porto Alegre permitiu a reabertura de shoppings, restaurantes, bares e academias, os números do coronavírus apontavam uma situação mais "controlada" no município. Na ocasião, a Capital reportava 1.059 casos confirmados, 26 óbitos e 45 pacientes em tratamento no seu sistema hospitalar. O decreto, que passou a valer no dia 20 de maio, representou o maior grau de flexibilização implementado na cidade desde o começo da pandemia.

Quinze dias após, no dia 4 de junho, Porto Alegre registrava 37,3% de isolamento social e 1.789 infectados com a doença. Ao todo, foram 730 novos casos no período. A Capital também notificou 19 novos óbitos, mas manteve a situação "estável" no sistema de Saúde, com 45 pacientes confirmados com a doença. Esta situação motivou o prefeito a não retroceder nas liberações. 

Na segunda quinzena de junho, com o isolamento social de 34,4% no dia 19, os números começaram a apontar uma aceleração no número de casos da Covid-19 na Capital. Ao contrário dos 15 dias anteriores, Porto Alegre teve um acréscimo de 1.356 casos, 25 novos óbitos e um salto nos leitos de UTI, totalizando 89 internados com a doença. O novo panorama da doença fez com que Marchezan retrocedesse em algumas liberações e voltasse a solicitar adesão ao isolamento.

Mesmo com restrições, isolamento social não avança no fim de junho

Embora com menores flexibilizações, a adesão ao isolamento seguiu, na maioria dos dias, abaixo dos 55%. No dia 3 de julho, por exemplo, o InLoco indicava taxa de 40,7%. No começo deste mês, a cidade possuia 4.654 infectados com a doença, e 118 vítimas fatais da doença, com 48 novas mortes no período. Nas UTIs, o crescimento foi mais expressivo, com 175 infectados em tratamento no sistema de Saúde da Capital.

Pela velocidade com que as internações quase duplicaram, o prefeito Marchezan anunciou um retorno as restrições que havia feito no começo de março e adotou medidas ainda mais impactantes. Em novo decreto, a prefeitura determinou o fechamento por 15 dias de salões de beleza, academias e do Mercado Público, além de proibição para estacionar na Área Azul e a interdição de parques, como a Orla do Guaíba. 

Mesmo com o decreto mais restritivo, Porto Alegre seguiu sem registrar avanços significativos no isolamento social. Com a situação nas UTI's piorando, a Capital chega a segunda quinzena de julho próxima a um "lockdown", um fechamento total da cidade, disse Marchezan em coletiva. De acordo com o prefeito, a possibilidade de restrições mais extremas se dá pela velocidade com que o avanço no sistema hospitalar da Capital vem acontecendo.

Nesta segunda-feira, Porto Alegre reporta 281 casos confirmados da doença em tratamento no sistema hospitalar da cidade. Em relação ao começo deste mês, são 103 novos pacientes precisando de tratamento, o que deixa a taxa de ocupação nos leitos de UTI em 90,3% até o final da noite desta segunda-feira. Em contraponto, a taxa de isolamento social se mantém frequentemente abaixo do solicitado pela prefeitura. Embora nesta segunda-feira o número tenha sido de 53,6%, no final de semana, com o tempo bom, o índice chegou a ficar em 39,5% no sábado e 42,6% no domingo. 


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