Chefe da ONU pede que todas as partes evitem a violência na Venezuela

Chefe da ONU pede que todas as partes evitem a violência na Venezuela

Manifestantes a favor de Guaidó e militares apoiadores de Maduro entraram em confronto nas ruas de Caracas

AFP

Militares e manifestantes entraram em confronto nas ruas de Caracas

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O chefe da ONU, Antonio Guterres, pediu para que se evite toda a violência na Venezuela e se restaure a calma, disse seu porta-voz nesta terça-feira após o levante militar contra o governo de Nicolás Maduro. "O secretário-geral pede a todas as partes que exerçam o máximo de autocontrole, e a todos os envolvidos para evitar qualquer tipo de violência e que tomem medidas para restaurar a calma", disse Stephane Dujarric aos jornalistas.

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Cedo, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, se manifestou nesta dizendo que tem a seu lado as principais unidades militares das Forças Armadas do país. Pelo Twitter, ele conclamou o povo a tomar as ruas da capital Caracas e de outras cidades na operação chamada de "Liberdade", antecipando as ações previstas para 1º de maio. "Comitês para ajuda e liberdade, eu convido vocês imediatamente para cobrirem as ruas da Venezuela. O primeiro de maio começou hoje, a cessação da usurpação começou hoje. Nós temos o povo da Venezuela. Hoje as forças estão com o povo", afirmou em vídeo.

Leopoldo López Solto

Líder do Voluntad Popular, o político Leopoldo López, condenado por protestos anti-governamentais há cinco anos e que estava em prisão domiciliar, foi solto no início da manhã e se juntou ao presidente da Assembleia Nacional e militares dissidentes. Eles usam uma faixa azul no braço para identificar de que lado está cada um está. Lopez se entregara às autoridades venezuelanas em 18 de fevereiro de 2014, depois que um tribunal em Caracas ordenou que ele fosse preso por instigar a violência como um dos convocadores de uma manifestação que terminou com três mortos e dezenas feridos seis dias antes.

Ele foi para uma prisão militar acusado dos crimes de incitação de desordem pública, associação para cometer crime, e danos materiais. Acabou condenado em setembro de 2015 a quase 14 anos de prisão. Desde 2018, estava em prisão domiciliar graças a um processo de negociação comandado pelo ex-presidente do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero. Ele também falou em suas redes sociais sobre sua libertação e, de acordo com Guaidó, pediu protestos. "É hora de conquistar a liberdade, força e fé".

Maduro respondeu dizendo que conta com  a "lealdade total" da liderança militar. "Nervos de Aço!" Falei com os Comandantes de todos os REDI e ZODI do País, que manifestaram total lealdade ao Povo, à Constituição e à Pátria. Apelo à máxima mobilização popular para garantir a vitória da Paz. Nós vamos ganhar!", afirmou Maduro no Twitter em sua primeira reação à rebelião.

A Guarda Nacional venezuelana, aliada a Nicolás Maduro, reprime com força nas ruas da capital do país os movimentos de opositores civis e militares que tentam derrubar o regime chavista, fazendo uso de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.

Apesar de o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó afirmar que as Forças Armadas estão ao seu lado para derrubar Maduro, o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, disse que os militares se "mantém firmes" na defesa da constituição e de "suas autoridades legítimas", acusando os opositores de fomentar o "terror" em vias públicas.


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