Chacinas que abalaram o litoral Norte nos últimos anos

Chacinas que abalaram o litoral Norte nos últimos anos

Pelo menos cinco ocorreram na região e em dois casos a polícia conseguiu evitar o massacre

Correio do Povo

Assassinto de três pessoas na praia de Magistério, em Balneário Pinhal, ocorreu em fevereiro de 2024

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As mortes violentas no Litoral Norte passaram a ser registradas com mais frequência nos últimos 20 anos. Além das chacinas em Cidreira, ocorrida ontem e em 2015, outros episódios parecidos ocorreram na região, que viveu uma expansão imobiliária muito grande nas últimas décadas. Junto com o aumento da população moradora da região e a sazonal do verão, as organizações criminosas do Rio Grande do Sul passaram a disputar territórios e também de servir de morada para aqueles que precisavam fugir "do radar dos concorrentes".

Em 2018, a reportagem do Correio do Povo percorreu todo o Litoral Norte entrevistando delegados, policiais, comerciantes e moradores sobre o avanço das facções gaúchas na região. Na oportunidade, a Associação dos Municípios do Litoral Norte e integrantes das forças de segurança definiam a situação como crítica.

“Em 2013, tivemos o primeiro contato com uma facção e, de lá para cá, a invasão veio de forma maciça”, alertou na oportunidade o delegado de Tramandaí, Paulo Perez, que faleceu em junho de 2021. “Falamos do Rio de Janeiro, mas no Rio Grande do Sul está ocorrendo algo semelhante e faz tempo. A cultura de violência está se espraiando e não sei aonde isso vai parar”, admitiu o titular da delegacia de Torres, delegado Celso Jaeger, em 2018, e atualmente aposentado.

Em março de 2013, dois jovens, um de 24 e outro de 19 anos, mais uma adolescente de 17 foram mortos em Tramandaí. A jovem foi espancada e morta a facadas. Os outros dois foram assassinados a tiros. Duas pessoas foram presas suspeitas do assassinato. Três anos depois, na mesma cidade, novo crime violento deixou quatro pessoas mortas. Uma delas levou seis tiros, outra foi morta devido a um disparo na cabeça e o restante foi assassinado com facadas.

A Polícia Civil conseguiu evitar uma chacina ao prender cinco indivíduos que veraneavam em Imbé, em 2017. Eles seriam alvo de um ataque de uma quadrilha rival que pretendia assassinar todos do grupo. Três anos depois, também na mesma cidade, nova chacina que terminou com três mortos. De acordo com a polícia, um grupo dissidente de uma facção teria sido o executor do crime.

Em fevereiro de 2024, mais uma chacina foi registrada no litoral gaúcho. No dia 14, um adolescente de 16 anos e dois homens, de 24 e 48 anos, foram mortos a tiro na praia de Magistério, em Pinhal. No dia 27, a Polícia Civil prendeu cinco indivíduos em Pinhal que planejavam um novo ataque. Três deles seriam os responsáveis pelas mortes em Magistério.

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