Fui tratado como lixo, diz motoboy vítima de facada e preso pela BM em Porto Alegre
Homem passou por abordagem de PMs e acabou detido no bairro Rio Branco
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O motoboy negro, que foi esfaqueado e depois preso pela Brigada Militar em Porto Alegre, conversou no começo da tarde desta segunda-feira com a Record TV. Ele falou sobre a abordagem dos policiais militares que terminou com a sua detenção apesar de ele ter tomado uma facada no pescoço. O caso ocorreu no último sábado, na rua Miguel Tostes, no bairro Rio Branco, e é investigado como suposto racismo.
"Não falei palavrão, não desrespeitei ninguém, mas acho que fui tratado como lixo. Até nas gravações que existem da abordagem é possível ouvir pessoas dizendo que o agressor estava rindo. Vamos ver no que vai dar”, disse o motoboy.
O trabalhador ressaltou que o agressor ficou tranquilo durante a abordagem. “Ele até vai para casa e depois volta”, comentou antes de lembrar que acabou sendo colocado em um local diferente do idoso que o agrediu no veículo da BM. “Eu acabei sendo colocado no camburão, e ele foi no banco de trás”, acrescentou.
O motoboy falou ainda que não tinha necessidade de ter sido algemado porque não representava perigo algum. “Eu tomei uma facada e fiquei daquele jeito ali. Não representei perigo para ninguém”, completou.
Resultado da investigação em dez dias
A investigação sobre a abordagem da Brigada Militar deve ser concluída em até dez dias, de acordo com o governador Eduardo Leite. O chefe do Executivo Estadual também não descartou a punição dos soldados envolvidos, caso fique provado que houve racismo. As declarações foram feitas nesta segunda-feira, durante a entrega das obras do Instituto de Educação General Flores da Cunha, em Porto Alegre.
"Determinei celeridade na sindicância e tenho a expectativa que será concluída em até dez dias. Estão sendo feitas oitivas das testemunhas e dos policiais envolvidos. Se ficar claro que houve procedimento fora do padrão, eles vão enfrentar consequências”, afirmou o governador.