MP faz operação contra possíveis desvios de valores por entidades sindicais ligadas a atletas

MP faz operação contra possíveis desvios de valores por entidades sindicais ligadas a atletas

As investigações, ainda em andamento, indicam que, desde 2015 até os dias atuais, possam ter sido desviados valores superiores a R$ 8 milhões

Correio do Povo

Os investigados integravam a direção das entidades, se revezando

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A Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre cumpriu, na manhã desta quarta-feira, mandados de busca e apreensão na denominada Operação SindiCasta. A operação investiga movimentações financeiras suspeitas, ocorridas desde 2015, que indicariam desvios de valores de entidades sindicais ligadas a atletas profissionais, ex-atletas e atletas em formação: o Sindicato dos Atletas Profissionais de Futebol no Município de Porto Alegre (Siafmpra), o Sindicato dos Atletas Profissionais no Estado do RS (Siapergs) e, possivelmente, a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf).

O Correio do Povo entrou em contato com os investigados, mas não obteve respostas. No final de semana, o repórter do Correio do Povo Fabrício Falkowski reportou que uma coincidência e um ofício despretensioso cujo remetente era o Ministério Público do Rio Grande do Sul acabou por encontrar um suposto desvio de mais de R$ 10 milhões no Siapergs.

Conforme o Ministério Público do Estado, os investigados integravam a direção das entidades, se revezando, há pelo menos cinco anos, em cargos que contemplavam estrategicamente tanto funções administrativas, como presidência e vice-presidência, quanto a direção financeira. As investigações, ainda em andamento, indicam que, desde 2015 até os dias atuais, possam ter sido desviados valores superiores a R$ 8 milhões

Os investigados teriam realizado retiradas sem que fossem percebidos, o que reforçaria a participação de pessoas ligadas à área financeira e/ou à direção dessas entidades. Após os desvios, os suspeitos, em manobras características do crime de lavagem de capitais, na tentativa de dificultar a localização dos valores apropriados, teriam realizado depósitos em nome de terceiros, muitos desses parentes ou pessoas próximas.

Segundo o promotor de Justiça da Promotoria Especializada Criminal de Porto Alegre responsável pela investigação, Flávio Duarte, “ao mesmo tempo em que se percebeu o desvio de valores de dentro dessas entidades, os atletas profissionais do Estado, em sua maioria, contraditoriamente, vivem com salários muito baixos e têm passado por situações de penúria em razão da pandemia, que resultou na suspensão dos jogos”.


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