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Polícia apura segundo ataque a tiros após morte de motoboy na Restinga, em Porto Alegre

Atentado no Condomínio Belize ocorreu uma semana após assassinato de Allan dos Santos Lucas, de 21 anos

Imagem feito no dia da morte de Allan dos Santos Lucas na Restinga, em Porto Alegre
Imagem feito no dia da morte de Allan dos Santos Lucas na Restinga, em Porto Alegre Foto : Mauro Schaefer

A Polícia Civil investiga um ataque a tiros no entorno do Condomínio Belize, na rua 7197, no bairro Restinga, na zona Sul de Porto Alegre. O caso ocorreu na madrugada da última segunda-feira (13), uma semana após o motoboy Allan dos Santos Lucas, de 21 anos, ter morrido em outro atentado na região. Ninguém foi preso até o momento.

Inicialmente, a Brigada Militar classificou a ocorrência no residencial como se fosse “briga generalizada”. Na data, uma viatura da Força Tática foi enviada ao local indicado e os policiais encontraram cápsulas de pistola espalhadas no chão.

Ainda segundo a corporação, um homem foi baleado na perna. Ele recebeu atendimento médico e não corre risco de morrer. Câmeras de segurança no entorno do residencial captaram o áudio de aproximadamente 30 disparos de arma de fogo e registraram imagens da correria dos moradores.

Segundo a 4ª Delegacia de Homicídios (DHPP), os atiradores estavam em um carro, que foi abandonado logo após o ataque. “Estamos periciando esse veículo”, resumiu o delegado titular André Freitas. Não é descartado que o crime tenha relação com o contexto de disputas entre facções por pontos de tráfico.

Assassinato de motoboy

No dia 5 de outubro, Allan dos Santos Lucas, foi morto em um ataque com três atiradores na avenida Vereador Milton Pozzolo de Oliveira, próximo à Escola de Samba Estado Maior da Restinga. Ele era motoboy e não tinha antecedentes. Os criminosos fugiram em um automóvel.

Além do trabalhador, também foi morto Cristiano Machado Henriques, que tinha 43 anos e que somava registros por crimes diversos. Ainda ficaram feridas outras cinco pessoas, que receberam atendimento no Hospital da Restinga e sobreviveram.

Cristiano Goulart, de 36 anos, é tio de Allan. Ele destacou que o sobrinho era conhecido por ser trabalhador e que pretendia economizar dinheiro para investir em um futuro ao lado da esposa. O casal tinha a mesma idade, 21 anos, e se relacionava desde os 16 anos.

"Allan não usava drogas nem se envolvia em confusão. Era um guri que só pensava em trabalhar. Ele se esforçou muito para comprar uma moto e para construir um lar com a esposa. Morreu de uma forma absurda e sem sentido, enquanto tentava fugir dos disparos. Não é possível que essa situação vá continuar igual. Pelo visto, a gente não pode mais sair na rua sem ter medo de morrer”, desabafou o familiar.

Disputa de gangues

Segundo a Polícia Civil, Allan dos Santos Lucas foi uma vítima inocente da rivalidade entre grupos criminosos da Restinga. Uma destas surgiu na área da Primeira Unidade. Outra, tem nome de madeireira.

O ataque teria sido feito por traficantes da Primeira Unidade. Ainda segundo apuração policial, a intenção deles seria retaliar a tentativa de homicídio de um comparsa, que supostamente foi cometida por integrantes da outra quadrilha.

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