Prisão de foragido no RJ revela laços entre facções Família do Sul e Terceiro Comando Puro

Prisão de foragido no RJ revela laços entre facções Família do Sul e Terceiro Comando Puro

Criminoso conhecido como Big foi preso no Morro São Carlos, reduto da facção carioca

Marcel Horowitz

Integrante de facção gaúcha foi preso em reduto de traficantes no Rio de Janeiro

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A prisão de um foragido revelou a existência de laços entre facções gaúchas e cariocas. O preso é um criminoso conhecido como Big ou Bigode Grosso, investigado por coordenar um sequestro em Porto Alegre. Ele foi capturado pelo Departamento de Investigações Criminais (Deic) na quinta-feira, após permanecer escondido no reduto de uma facção no Rio de Janeiro.

Big é apontado como uma das lideranças da Família do Sul, grupo criado após a união entre traficantes das zonas Norte e Sul de Porto Alegre. No RJ, ele se refugiava no Morro São Carlos. O local é uma das bases da facção Terceiro Comando Puro.

A Polícia Civil investiga a ligação entre as duas organizações criminosas. A suspeita é que o elo tenha surgido após a transferência de detentos gaúchos para penitenciárias federais, quando as lideranças dos bandos entraram em contato.

O principal líder da Família do Sul é um traficante conhecido como Nego Jackson. Ele ficou três anos na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, antes de retornar ao RS. Atualmente o criminoso está na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).

Outro apenado da Pasc que seria liderança da facção é conhecido como Barbie. Ele passou um ano na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Ainda em Porto Alegre, o foragido cometeu assassinatos a mando da dupla. Os crimes ocorreram em 2014, quando ele era adolescente. Big foi autor do ataque a tiros que matou por engano Maurício Francioni Whahlbrink e feriu outras dez pessoas, em um jogo de futebol na zona Norte. Ele também executou o traficante César Bugmaer, o Russo, dentro do Hospital Cristo Redentor.

Quando foi preso no RJ, Big era procurado desde outubro de 2022. Ele é apontado como mentor do sequestro de dois filhos de um empresário, na Zona Norte de Porto Alegre. As vítimas foram liberadas após a família pagar parte do resgate. Além de Big, outros cinco criminosos foram presos e uma advogada foi indiciada.

Big foi capturado quando estava em um motel. A ação contou com agentes do Deic e com o apoio da Polícia Civil do Rio de Janeiro.


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